Depois do Bar do Binho, Sarau Poesia na Brasa pode ter sede fechada por Kassab

Espaço na Brasilândia, na zona norte, recebe multa da prefeitura após ter pedido de licença negado

São Paulo – Na segunda-feira passada (28), o poeta Binho foi obrigado a fechar seu bar, onde funcionava, há oito anos, o Sarau do Binho, tradicional ponto de cultura da zona sul. A Prefeitura de São Paulo alegou a existência de sucessivas multas, que acumulavam R$ 8 mil, embora os organizadores tentassem obter a licença de funcionamento, seguindo todas as orientações para adequar o espaço. O alvo, agora, é o Bar do Carlita, que recebe em seu espaço o Sarau Poesia na Brasa, organizado quinzenalmente na Brasilândia, zona norte de São Paulo.

O bar recebeu uma multa de R$ 3,5 mil da prefeitura, por não ter o alvará de funcionamento. Assim como no caso do Bar do Binho, Carlita, o proprietário, já tentou conseguir uma licença, porém não teve êxito. Vagner Souza, um dos integrantes do coletivo Poesia na Brasa, acredita que há relação entre os dois fatos. “A desculpa da prefeitura é a mesma, o alvará. Eles estão perseguindo quem promove uma cultura de enfrentamento.”  Os organizadores e Carlita ainda não conseguiram pagar a dívida, porém temem por novas multas.

No último sábado (02), durante o Sarau Poesia na Brasa, Vagner deixou claro que o grupo vai resistir e alertou: “Há, aqui na nessa rua, outro bar que não foi sequer visitado pela fiscalização. Isso é perseguição política, vai saber quantos bares na Vila Madalena não têm alvará.” No dia 13 de junho, às 12h, vai ocorrer um Sarau-Protesto em frente à Prefeitura de São Paulo. Os organizadores pedem que os manifestantes levem uma poesia para declamar e vão pedir a reabertura do bar.