Brasília – Para mapear a violência contra homossexuais o Centro de Referência LGBT de Combate à Homofobia, vinculado à Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, desenvolve projeto no estado. A dificuldade de atender a esse grupo trouxe a necessidade de treinar profissionais de segurança, criar um portal para atendimento às comunidades e melhorar o banco de dados com informações sobre a violência homofóbica.

A coordenadora do centro, Cláudia Cristina Carvalho, acredita que também será possível definir políticas públicas para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT). Ela afirma, no entanto, que é preciso a participação da comunidade para que o projeto funcione.

“É fundamental que a população e a comunidade LGBT passem a utilizar cada vez mais o serviço de segurança pública e a Justiça, porque é uma forma de a gente mapear esse tipo de violência, do qual essas pessoas são vítimas”, disse.

O Centro de Referência de Combate à Homofobia funciona desde 2008. Mas por causa do preconceito até dos próprios agentes do Estado, a identificação de vítimas de homofobia é prejudicada.

A denúncia de casos por meio da imprensa é usada pela secretaria até agora como forma de fazer o levantamento desse tipo de crime. Em 2009, segundo a coordenadora, jornais divulgaram nove assassinatos de homossexuais em Mato Grosso.

Cláudia Carvalho explicou que o programa de treinamento deve ter carga mínima de 20 horas de aula. O Centro pretende fazer parceria com movimentos LGBT estaduais e nacionais para treinar os agentes. Além disso, quer criar cartilhas com o objetivo de tirar dúvidas dos profissionais e desenvolver uma campanha de conscientização em bares e boates, para que essa comunidade se sinta confortável ao procurar a segurança pública.

Fonte: Agência Brasil/Rádio Nacional da Amazônia