Divisão

Vannuchi diz que governo deve ter posição unificada na questão indígena

Ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos afirma que é necessário que a equipe de Dilma Rousseff dê uma resposta conjunta, 'sem confronto interno', e que Gleisi toma posição de fazendeiros

José Cruz. Agência Brasil

Nas últimas semanas a tensão de ruralistas contra indígenas se intensificou, o que provocou protestos

São Paulo – O comentarista político Paulo Vannuchi afirmou hoje (13), em sua coluna diária na Rádio Brasil Atual, que os conflitos indígenas no Mato Grosso do Sul precisam de uma solução definitiva por parte do governo federal, e, para isso, é necessário que se acabe com sectarismos dentro da equipe ministerial da presidenta Dilma Rousseff. “É necessário um alerta para uma intervenção reunida, sem confronto interno, o que acaba deixando a população indígena sem saber se o governo Dilma segue com seu compromisso histórico, de alinhamento com os mais pobres.”

Vannuchi vê um cenário em que a questão indígena sofre por falta de acordos e entendimentos de ministérios. “Visivelmente, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que tem o poder de coordenadora, pensa em lados do ponto de vista dos fazendeiros. Ela é do Paraná, que tem uma agricultura forte, desenvolvida. Ela tem relação próxima com fazendeiros, e é a principal candidata a concorrer o governo do estado do Paraná.”

“Ficam então espremidos o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, que tem um histórico com movimentos sociais e com a questão indígena, e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, a quem cabe, exatamente, defender os direitos de todos os elementos vulneráveis.”

Vannuchi também ressaltou que não é necessário que se rejeite as grandes produções agrícolas para que se chegue a uma solução que faça valer o direito dos indígenas. “Não é preciso rejeitar a produção agrícola, aos estabelecimentos que produzem soja, isso é importante para a economia, mas isso não pode ser feito sobre cadáveres de populações indígenas, como está acontecendo.”

Ouça aqui o comentário de Paulo Vannuchi na Rádio Brasil Atual.