moradia

Sem-teto ocupam Secretaria da Habitação de Alckmin para cobrar compromissos

Governador paulista se comprometeu com repasse de R$ 200 milhões e realização de mutirão para construir 10 mil moradias, mas até agora não cumpriu

Dario Oliveira/Codigo19/Folhapress

A União de Movimentos de Moradia obteve os compromissos após protestos, em julho do ano passado

São Paulo – Cerca de mil pessoas organizadas pela União dos Movimentos de Moradia (UMM) de São Paulo ocupam hoje (4) a sede da Secretaria de Habitação (Sehab) do governo Geraldo Alckmin (PSDB), na Rua Boa Vista, centro da capital paulista. Elas cobram o compromisso do governador de repassar cerca de R$ 200 milhões do Programa Casa Paulista para projetos do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, que beneficia famílias do movimento. E de construir outras 10 mil unidades por meio de mutirões habitacionais.

As famílias estão no saguão do prédio da Sehab pacificamente. Mas prometem não sair de lá enquanto não forem recebidas por representantes do governo Alckmin. “Queremos garantias de que nossas pautas serão atendidas. Chega de enrolação com a população”, afirmou Graça Xavier, militante da UMM. As famílias são oriundas da capital e de cidades do interior paulista.

“O governador se comprometeu no ano passado. Reafirmou em outubro. E até agora nada. Em fevereiro vence o nosso prazo e inviabiliza tudo”, disse a militante da UMM Ivaniza Rodrigues. Os manifestantes estão portando bandeiras, apitos e bateria. Os sem-teto concentraram-se na Praça da Sé às 14h. E de lá saíram em marcha até a sede da secretaria, onde esperavam ser recebidos por um representante do governo Alckmin. Sem resposta, resolveram ocupar o local.

A pressa do movimento diz respeito a pelo menos 2 mil unidades habitacionais, que já têm terreno e projeto, aguardando apenas a verba para contratação. “São projetos em vários locais do estado. Se não forem contratados, volta tudo pro zero. Tem de reavaliar terreno, reapresentar projeto. Adia por um ano e meio, no mínimo”, afirmou Ivaniza.

Segundo os manifestantes, a Polícia Militar está presente no local, mas não houve nenhuma tentativa de reprimir o protesto.

As unidades do projeto seriam construídas pela modalidade Entidades, do Programa Minha Casa, Minha Vida, em que as próprias famílias buscam o terreno, elaboram o projeto e administram a verba e a construção do empreendimento.

Procurada, a Secretaria da Habitação não atendeu à reportagem.