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Sem-teto deixam construtora, mas voltam nesta quarta para negociar área da Copa do Povo

Com a proximidade da audiência de conciliação, nesta sexta, MTST intensifica mobilizações para evitar despejo de ocupação em Itaquera e consegue canal de diálogo

Manifestantes ocuparam saguão da sede da incorporadora por cerca de duas horas, até obter resposta

São Paulo – Após ocupar, no início da tarde de hoje (20), a sede da incorporadora Viver (antiga Inpar S/A), proprietária do terreno da ocupação Copa do Povo, no Parque do Carmo, zona leste de São Paulo, cerca de 2 mil manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) conseguiram o compromisso da diretoria em realizar uma reunião amanhã, no mesmo local, para negociar. Eles deixaram o prédio às 15h30. Segundo o militante Josué Rocha, o grupo reivindica a retirada do pedido de reintegração de posse e que a empresa reconsidere a negativa de discutir a possível venda da área, para que seja destinada à construção de moradias populares.

A RBA não conseguiu contatar a Viver para confirmar a informação. Está marcada também uma reunião de conciliação para sexta-feira (23), proposta pela Justiça paulista na decisão que adiou a reintegração de posse da área, no último dia 8.

Os moradores da ocupação se concentraram na estação Vila Olímpia da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na zona sul da cidade. Dali caminharam até a sede da incorporadora, na rua Olimpíadas – a aproximadamente dois quilômetros da estação de trem.

Em nota, o MTST ressaltou que “os moradores não estão dispostos a sair do terreno sem garantias claras da conquista da moradia e estão dispostos a resistir”, caso a decisão de reintegração venha a ocorrer. “A construtora Viver é dona de R$ 3,9 bilhões em terras e paga R$ 57 de imposto pelo terreno de 1,5 milhão de metros quadrados. Isso explica como o mercado imobiliário age e lucra nas grandes metrópoles em detrimento da construção de moradias populares”, destaca o texto.

Lideranças do movimento estão em reunião na Assembleia Legislativa de São Paulo para discutir a reivindicação de que o terreno seja adquirido pelo poder público e destinado à moradia popular.

A ocupação Copa do Povo foi criada no dia 3 deste mês. O movimento informa que 4 mil pessoas estão alojadas no local, que fica a aproximadamente quatro quilômetros de distância da Arena Corinthians, o Itaquerão, estádio que vai receber a abertura da Copa do Mundo de 2014.

No dia 7, a Justiça de São Paulo concedeu liminar de reintegração de posse, determinando a a saída dos ocupantes da área em 48 horas. Porém, por volta das 22h do dia 8, a medida foi suspensa e a reunião de conciliação marcada.

Uma comissão do movimento foi recebida pela presidenta Dilma Rousseff, na tarde do mesmo dia 8, e expôs a demanda pelo terreno, além de reivindicar a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida em São Paulo. Porém, não houve avanço na questão da área ocupada.

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