Ruralistas pedem Força Nacional de Segurança contra MST

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra promove Abril Vermelho enquanto CNA vê principal convidado do próprio evento defender legitimidade de ocupações

Integrantes do MST durante oficina de comunicação no Pará (Foto: Lucivaldo Sena. Agência Pará de Notícias)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) dá sequência esta semana aos atos do Abril Vermelho, mês em que, historicamente, são promovidas ocupações para pedir reforma agrária e lembrar o assassinato de camponeses, em especial o ocorrido em 1997 em Eldorado dos Carajás, no Pará.

Entre domingo (11) e segunda-feira (12), os trabalhadores deram sequência aos atos com ocupações e protestos em Mato Grosso, Alagoas, Paraíba e Maranhão. Em Pernambuco, as famílias se instalaram em mais sete propriedades consideradas improdutivas, chegando a um total de 15. O lema adotado pelo MST é “Lutar não é crime!”, uma referência à criminalização dos movimentos sociais por parte de setores do Legislativo, do Judiciário e da imprensa.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) considera que há vários crimes cometidos pelo movimento e vai nesta segunda-feira pressionar mais uma vez o governo federal. A entidade, presidida pela senadora Kátia Abreu, pedirá ao Ministério da Justiça que coloque a Força Nacional de Segurança a serviço da repressão ao movimento.

A CNA promoveu no último sábado o Abril Verde, uma tentativa de se contrapor ao Abril Vermelho. Mas o principal palestrante, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, classificou de legítima a atuação dos sem-terras. “É um movimento legítimo, que é positivo, mas se torna negativo quando há violência. As ocupações são legítimas, mas deixam de ser quando ocorre violência”, declarou.