São Paulo – Para o jurista e professor Wálter Fanganiello Maierovitch, a Polícia Militar colocou em prática protocolos internacionais ao atuar em um caso extremo de sequestro, no final da tarde desta terça-feira (12), no Rio de Janeiro. Operação em grande escala da PM conseguiu libertar os 17 reféns, incluindo crianças e idosos, que estavam dentro de um ônibus interestadual na Rodoviária Novo Rio, a maior da cidade, sem feridos. Após negociações, a polícia prendeu o sequestrador, que se entregou.

“A PM atuou muito bem numa situação extremamente difícil e quando atua bem o resultado é bom. A equipe que demonstrou estar muito bem preparada ao nível de primeiro mundo porque soube agir e enfrentar. (…) Tudo colocado dentro de um protocolo internacional”, afirmou Maierovitch em entrevista ao portal UOL.

Paralelos

A ação – que contrasta com a constante letalidade em operações em favelas e comunidades do Rio – também foi elogiada pelo deputado federal pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). “Que atuações da polícia bem sucedidas e com inteligência como essa sejam cada vez mais comuns no Rio e em todo o Brasil”, destacou. O jornalista André Trigueiro também fez paralelo da atuação policial com o famoso caso de sequestro do ônibus 174 que, diferentemente da ação de hoje, terminou em tragédia.

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Durante a negociação no caso ocorrido em 2000, um agente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fez disparos contra o sequestrador quando ele apontava uma arma para uma das reféns. Na ação, a passageira Geiza Gonçalves morreu. “Apenas para dizer que a Polícia Militar agiu com profissionalismo e competência para resolver o sequestro de hoje na rodoviária Novo Rio. Bem diferente do que houve há 24 anos”, observou.

Sobre o sequestro

Identificado como Paulo Sérgio Lima, o homem que sequestrou um ônibus tentava fugir do estado após “desavenças com facção criminosa”, segundo a PM. À imprensa, a corporação explicou que o criminoso, que pegou o ônibus para fugir do Rio com destino a Juiz de Fora (MG), achou que um dos passageiros seria um policial e, por isso, atirou.

Os tiros atingiram Bruno Lima da Costa, de 34 anos. Ele foi ferido por dois disparos e encaminhado ao Hospital Souza Aguiar, no centro, e encontra-se em estado grave. De acordo com informações da GloboNews, Bruno também era de Juiz de Fora e estava no Rio após ter passado em um concurso da Petrobras.

Além dele, uma segunda pessoa, que não teve o nome divulgado, também foi ferida pelo sequestrador. O estado de saúde, no entanto, não é grave. A vítima teria sido atingida apenas por estilhaços.