Pela redução da tarifa

PM fecha Praça Ramos e Largo da Batata; quem tenta chegar a ato do MPL é revistado

Participantes de manifestação em São Paulo temem que a tática chamada de “envelopamento” ocorra novamente. Estações de Metrô no centro foram fechadas

Lucas Duarte de Souza/RBA

Coronel da PM garante que manifestantes do centro chegarão na Paulista se não mudarem trajeto

São Paulo – Uma hora depois do início do ato contra a redução da tarifa do transporte público em São Paulo, convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL), a Polícia Militar já bloqueou as ruas próximas ao Largo da Batata, na zona oeste, e à Praça Ramos de Azevedo, no centro, região onde as estações de metrô também foram fechadas. As pessoas que tentam chegar aos atos são revistadas.

No centro, todos os acessos da Praça Ramos já estão bloqueados pela polícia, apesar de o movimento já ter divulgado o trajeto do ato, que terminará no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A não divulgação do caminho do ato era a principal justificativa da PM para proibir o deslocamento dos manifestantes no último ato e para justificar a repressão policial.

Os participantes do ato temem que a tática chamada de “envelopamento” ocorra novamente. No último protesto, na terça-feira (12), manifestantes foram encurralados em dois quarteirões da Avenida Paulista pela PM, que iniciou um ataque com bombas de efeito moral e balas de borracha. Os policiais perseguiram os manifestantes pelas ruas do entorno, que também estavam cercadas, e os alcançados eram agredidos com golpes de cassetete.

O coronel Márcio Streifinger, responsável pela operação, garantiu em entrevista à Rádio Brasil Atual que os manifestantes chegarão ao Masp, se não não alterarem o trajeto previsto.

Desde as 15h já havia um grande efetivo de policiais na região, incluindo muitos oficiais da Tropa de Choque, que se concentravam na Praça do Patriarca, já com armas de bala de borracha em punho. Quem sobe do Anhangabaú para o Teatro Municipal de mochila é revistado pela PM. Um manifestante que não quis se identificar foi impedido de chegar ao ato com um frasco de vinagre.

No Largo da Batata, onde os manifestantes já iniciaram a marcha, policiais também revistaram mochilas de todas as pessoas que saiam da estação Faria Lima do Metrô. Ruas da região também foram cercadas pela polícia.

A organização Conectas Direitos Humanos calcula que pelo menos 28 pessoas ficaram feridas no último ato. Uma gestante fraturou a costela e um estudante teve fratura exposta após ser atingido por um estilhaço de bomba. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), nove jornalistas foram agredidos pela polícia.