Pastoral da Terra vai ao Ministério da Justiça denunciar violência no campo

Brasília – A Comissão Pastoral da Terra (CPT) entregou nesta quinta-feira (29) ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, uma lista com nomes de lideranças que atuam em conflitos no campo e […]

Brasília – A Comissão Pastoral da Terra (CPT) entregou nesta quinta-feira (29) ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, uma lista com nomes de lideranças que atuam em conflitos no campo e têm sofrido perseguições desde o início deste ano. Pelo menos três agentes da CPT estão ameaçados de morte e outros sofrem suposta perseguição da Justiça em Mato Grosso, na Bahia, no Maranhão e no Tocantins.

De acordo com a CPT, entre as lideranças ameaçadas estão a freira Leonora Brunetto, que vive em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Peixoto de Azevedo (MT), palco de conflito com fazendeiros, e o padre Clemir Batista, acusado de estimular a invasão de terras por apoiar comunidades quilombolas no Maranhão.

Os representantes da CPT também entregaram a Barreto 25 edições do relatório Conflitos no Campo no Brasil, com dados de assassinatos, conflitos trabalhistas e violência nas reintegrações de posse. Desde 1985, a CPT registrou 1.546 assassinatos em conflitos no campo, a maioria ainda sem julgamento.

Os dados mostram que a média anual é de 765 conflitos agrários em todo o país e de mais de 13 mil famílias retiradas de terras por decisão judicial. De acordo com a CPT, a violência no campo ficou mais acirrada desde 2003, início do governo Lula. Com o aumento da pressão dos movimentos sociais pela reforma agrária, a reação dos proprietários de terra se tornou mais violenta.

“São números dramáticos. Apelamos ao ministro no sentido acolher o lado das vítimas e dos pobres”, afirmou o bispo Tomás Balduino, conselheiro permanente da CPT.

Segundo dom Tomás, o ministro comprometeu-se a aumentar a presença da Polícia Federal em regiões de conflito e monitorar os casos de pessoas ameaçadas de morte. “Tem que haver contato contínuo com o Ministério da Justiça. Muito coisa está sendo deixada de lado, e a repressão no meio rural está avançando”, disse o bispo.

Fonte: Agência Brasil.