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Novo Plano Diretor para São Paulo quer transformar extremo sul em área rural

Proposta amplia construção de habitação para famílias que ganham entre seis e 12 salários mínimos. Haverá ainda uma limitação à altura de edifícios em bairros residenciais

Elza Fiúza/Agência Brasil

O vereador Nabil Bonduki (PT) afirma que movimentos por moradia foram atendidos no Plano

São Paulo – O novo Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo pretende transformar o extremo sul do município em área rural. De acordo com o vereador Nabil Bonduki (PT), relator do substitutivo ao projeto encaminhado à Câmara Municipal pelo governo Fernando Haddad (PT), atualmente a região é um “misto” de rural e urbano, o que limita a possibilidade dos agricultores de acessar programas do governo federal de crédito agrícola, de proteção, de assistência técnica e do Incra. As afirmações foram feitas hoje (11), em entrevista à Rádio Brasil Atual.

A proposta amplia a construção de habitações de interesse social na região que será destinada à produção rural, atendendo a famílias que ganham entre seis e 12 salários mínimos. Segundo Nabil, movimentos de moradia estiveram muito presentes em todo o processo de debate da Câmara Municipal, e a principal reivindicação foi de que a revisão do Plano Diretor priorizasse essa população. O vereador explica que a reivindicação foi contemplada, mas sem excluir o mercado “porque o risco de transformar todas as zonas especiais de interesse social voltada para faixa 1 iria eliminar a possibilidade do mercado produzir com algum tipo de proteção da valorização imobiliária”.

A área que será transformada em zona rural faz parte do sistema de conservação ambiental de São Paulo. O plano cria a possibilidade de um desenvolvimento econômico sustentável na região. Além do incentivo às zonas de interesse social, o novo plano prevê o aumento do número de moradias próximas às grandes avenidas por onde circulam ônibus, e nos arredores de estações de metrô e trens. E limitará a construção de prédios de mais de oito andares em miolos de bairros como Pompeia, Perdizes, Morumbi e Moema.

A medida vai criar uma zona de proteção cultural para equipamentos públicos em regiões como o Bixiga, Liberdade, Consolação e avenida São João. O processo de revisão do plano foi iniciado do ano passado pela prefeitura, que deseja aprovar o projeto na Câmara Municipal ainda neste semestre. Bonduki o apresentará à Comissão de Política Urbana amanhã (12).

Ouça a reportagem realizada pela Rádio Brasil Atual: