#MarielleViveFica

Ato defende Acampamento Marielle Vive e pede Natal sem despejo

Às vésperas do Natal e em meio à pandemia, TJ Paulista autoriza despejo de famílias que conduzem produção agroecológica

MST
MST
"Em pleno mês de dezembro termos um despejo com uma nova variante do coronavírus. Para onde vão essas pessoas?", questionou a deputada estadual Professora Bebel

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) realizou na tarde de hoje (30) um ato em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em pauta a proteção de 450 famílias ameaçadas de despejo no acampamento Marielle Vive, em Valinhos, interior do estado. O lote abandonado passou por uma ‘revolução ambiental‘ com recuperação de hortas e nascentes. Agora, às vésperas do Natal em em meio à pandemia de covid-19, a Justiça autorizou o despejo em benefício da especulação imobiliária.

“O ato contou com uma intervenção onde é denunciada a tentativa desumana de realizar o despejo de mais de 450 famílias em plena pandemia e com a proximidade do Natal. Despejo na pandemia é crime contra a vida”, informou o MST. O despejo contraria decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou ações do tipo durante a pandemia. Mais cedo, ativistas também ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Paulo.

Ajuda contra o despejo

O integrante da Coordenação Nacional do MST João Paulo Rodrigues pediu solidariedade às famílias que conduzem as terras de forma produtiva, de acordo com o interesse social. “Precisamos da luta para que todos participem destes atos. Estamos juntos por um Natal sem despejo”, disse. O pedido foi atendido por artistas, lideranças políticas e movimentos sociais. “O acampamento Marielle Franco em Valinhos corre risco de despejo em plena pandemia. Famílias que ocupam há mais de quatro anos ocupam aquele espaço o Teatro Mágico fortalece a luta do Movimento sem Terra”, disse Fernando Anitelli, do grupo musical circense.

O ex-deputado estadual petista e professor Simão Pedro também deixou seu recado em apoio ao acampamento. “Centenas de famílias transformaram uma área improdutiva que apenas servia os interesses especulativos dos antigos donos. Transformaram em uma área produtiva de alimentos, gerando trabalho e renda. Dignidade para centenas de famílias. Agora, o TJ insensível resolveu decretar o despejo, dando ganho para os antigos proprietários que não cumpriam função social cobrada pela Constituição”.

A deputada estadual Professora Bebel (PT), presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), esteve no fim de semana no acampamento. “Quem é o dono disso daqui? É o assentado que está aqui, que está plantando, produzindo comida para os paulistas. Por isso, o acampamento fica. Essa luta não é só dos assentados. É de toda a sociedade. Em pleno mês de dezembro termos um despejo com uma nova variante do coronavírus. Para onde vão essas pessoas?”, questionou.