8 de Março

Mulheres saem às ruas por igualdade, autonomia e contra violência e exploração sexual

Centrais sindicais e movimentos sociais também dialogam sobre a falta de creches públicas, diferença salarial entre gêneros, ampliação da licença-maternidade de 180 dias e legalização do aborto

Marcha Mundial das Mulheres

Centrais sindicais e movimentos sociais promovem manifestações pelo país durante todo o mês de março

São Paulo – Para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã (8), centrais sindicais e representantes de movimentos sociais promovem diversas manifestações pelo país durante todo o mês. Igualdade de oportunidades, autonomia e combate à violência doméstica e à exploração sexual estão entre os debates realizados pelas trabalhadoras e feministas com a sociedade.

Em São Paulo, um ato unificado será realizado amanhã na capital para promover o diálogo sobre os problemas encontrados diariamente pelas mulheres, como a falta de creches públicas, a diferença salarial entre gêneros, a ampliação da licença-maternidade de 180 dias para todas e a legalização do aborto, entre outros temas. Os manifestantes se reunirão a partir das 9h, no vão livre do Masp, de onde sairão em caminhada até a Praça Roosevelt, no centro.

Segundo Maria Fernanda Marcelino, integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e militante da Marcha Mundial das Mulheres, há muitos pontos importantes a serem discutidos, melhorados e combatidos quando se trata de ações feministas. Neste ano, especialmente por conta da realização da Copa do Mundo no Brasil, o movimento destaca a luta contra a prostituição.

A violência contra as mulheres, seja em casa, nas ruas ou no ambiente de trabalho, ainda está longe de ser superada, segundo as ativistas. Para a secretária das Mulheres da Força Sindical, Maria Auxiliadora dos Santos, apesar dos avanços garantidos desde a aplicação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 2006), a violência ainda faz parte do dia a dia.

“O número de mulheres que sofrem agressão e que são assassinadas ainda é muito grande em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. E isso porque muitas ainda deixam de fazer a denúncia por medo de sofrer mais. Só poderemos combater isso com ativismo e cobrança. Toda a sociedade tem essa responsabilidade de denunciar e ajudar as mulheres que passam por essa dificuldade”, afirma Maria Auxiliadora.

A luta pela reforma política, com financiamento público de campanha para inclusão de mulheres e negros no sistema político, também está entre os temas das atividades promovidas pelo Fórum Mundial das Mulheres e demais organizações. “No Brasil, embora tenhamos uma presidenta e sejamos 51% do eleitorado, ocupamos menos de 10% do Senado e menos de 9% na Câmara. Precisamos mudar isso”, disse Fernanda.

Programação

Em Fortaleza, a CUT promoverá uma caminhada pelas ruas do centro, a partir das 8h, com saída da Praça da Bandeira.

Em Cuiabá, ocorrerá a feira de economia solidária, onde serão instaladas tendas para atendimento jurídico à população, das 7h30 às 12h, na Praça Alencastro, centro.

Em Belo Horizonte, as mulheres do bloco de carnaval “Desobedientes do Ritmo, Mulheres na Rua” sairão às 8h da Praça Afonso Arinos e seguirão até a Praça Sete.

Em Belém, a atividade será às 8h, em frente ao mercado público Ver o Peso.

Em Curitiba, as trabalhadoras organizam a marcha “Não é por rosas, é pelo direito das mulheres”, saindo da Praça Santos Andrade, centro, às 9h30.

Em Porto Alegre, o bloco de carnaval Feminista 8 de Março sairá pelas ruas da Cidade Baixa, das 18h às 22h, com concentração às 17h na rua João Alfredo esquina com Joaquim Nabuco.

Em Porto da Barra (BA), o protesto organizado pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) reunirá mulheres a partir das 7h. As manifestantes organizarão atividade com centenas de cruzes de madeira na praia, para simbolizar as mulheres vítimas de violência na Bahia.

No Rio de Janeiro, a CSP-Conlutas fará atividade às 13h, nos Arcos da Lapa.

Em Londrina (PR), a Força Sindical promoverá o lançamento da campanha Políticas Públicas para Envelhecimento Digno das Mulheres, a partir das 10h, no Sindicato Nacional dos Aposentados.

Em Parintins (AM), o Fórum Mundial das Mulheres ainda organizará caminhada com o tema “Mulheres invisíveis também têm direitos”. Elas irão até o presídio da cidade, onde haverá um debate sobre as origens do 8 de Março com as presidiárias.

Domingo

Em São Paulo, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) organiza o evento Mulher com Vida, a partir das 9h, no Parque do Carmo, em Itaquera, zona leste. Estarão disponíveis tendas para atendimento de serviços do Procon, Poupatempo (emissão de carteira de trabalho e primeira via do RG), Defensoria Pública e Delegacia da Mulher.

Também serão oferecidos gratuitamente serviços de beleza e saúde (realização de exames para hepatite C e glicemia), palestras sobre álcool e drogas e aulas de mosaico. Haverá distribuição de mudas de árvores e apresentação da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.

Nos sites da CUT, da Força Sindical, da CSP Conlutas e no blog da Marcha Mundial das Mulheres é possível conferir a agenda completa de eventos.