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MPL chama secretário de Haddad para debater cortes de linhas de ônibus em São Paulo

Passe Livre pretende levar população afetada por mudanças ao evento. Jilmar Tatto ainda não decidiu se vai

Alf Ribeiro/Folhapress

Até o momento 80 linhas de ônibus municipais foram alteradas, segundo o MPL, sem diálogo com a população

São Paulo – O Movimento Passe Livre (MPL) divulgou hoje (11) um evento em sua página no Facebook convidando o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, para debater os cortes e alterações em ao menos 80 linhas de ônibus na capital anunciadas em outubro passado. O encontro será em frente à sede da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, no próximo dia 20, às 18h. O convite foi protocolado na secretaria nesta tarde.

O movimento considera que a “racionalização das linhas” favorece aos empresários e não à população. “Longe de serem casos isolados, os cortes fazem parte de uma política de ‘racionalização’ do sistema que só serve para encher o bolso dos empresários, às custas do sofrimento da população com ônibus mais lotados e maior tempo de viagem”, diz o texto do MPL na rede social.

Segundo o militante Marcelo Hotimsky, o debate surge como resposta às afirmações do secretário, do final do ano passado, que rebatia as críticas pelo corte de linhas. “A ideia desse dia é que ele explique os cortes. E nós vamos levar pessoas dos bairros que sofreram com os cortes de linhas para explicar por que para elas o corte foi ruim. A quantidade de ônibus a mais que elas têm de pegar, o tempo que demora, como os coletivos ficaram mais lotados”, argumentou.

Em novembro do ano passado, o secretário afirmou que as críticas às alterações eram boas para a população, e que ele poderia discutir o tema a qualquer momento. “Imputo isso (críticas) ao desconhecimento. Não acho que eles estejam no bolso dos empresários, mas eles estão errados do ponto de vista do conceito. Esse debate eu faço com eles a hora que eles quiserem, não tem problema. A resistência maior é dos operadores, que são os empresários e as cooperativas, porque não querem perder aquilo, e muitas vezes não estão preocupados se o ônibus está cheio”, disse Tatto à época ao portal R7.

A assessoria do secretário informou que Tatto já sabe da convocação do evento, mas não há definição sobre sua participação.

Em outubro, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) informou que avaliava cortar uma em cada quatro linhas de ônibus na capital paulista até o fim do mandato, em 2016. Com isso, o número de linhas na capital seria reduzido de 1.305 para 900.

Entre as linhas cortadas estão algumas com trajetos longos, que ligavam regiões periféricas a áreas centrais da cidade, como a 6128, que até outubro ligava a Vila Natal, no extremo sul da cidade, ao Shopping Morumbi, na zona oeste, em um percurso de aproximadamente 25 quilômetros.

Colaborou Tadeu Breda