Violência

Movimentos cobram apuração após morte de criança na Zona da Mata de Pernambuco

Família está prestando depoimento hoje. Parlamentares devem visitar a comunidade na próxima sexta

Reprodução TV Globo
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No dia do enterro de Jonatas, familiares e amigos fizeram um protesto

São Paulo – Movimentos sociais e entidades de direitos humanos cobram as autoridades de Pernambuco para apurar a morte do garoto Jonatas, de 9 anos, durante ataque à casa de um líder comunitário, pai da criança, na região da Zona da Mata, na noite da última quinta-feira (10). O crime ocorreu no Engenho Roncadorzinho, área rural do município de Barreiros. Ninguém foi preso até agora. A família presta depoimento na delegacia na tarde desta segunda (14).

É uma área onde funcionava uma usina, que faliu. De acordo com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado (Fetape), concentram-se ali 400 posseiros, sendo 150 crianças. As famílias cultivam mandioca, banana, coco, além de criar animais. “A comunidade existe há 40 anos, mas, desde 2018, tem sofrido diversas ameaças e violência promovidas por empresas que exploram a área economicamente”, diz a Fetape. Ainda segundo a entidade, naquele local “acontecem intimidações, destruição de lavouras e contaminação das fontes de água e cacimbas do imóvel por meio da aplicação direcionada de agrotóxicos”. 

“A dor que eu estou sentindo hoje eu não peço para ninguém. Nunca, nem para o pior inimigo”, afirmou à TV Globo o líder comunitário Geovane da Silva Santos, pai de Jonatas. Ele foi baleado no ombro, mas sobreviveu. O garoto foi enterrado na sexta-feira (11). No sábado, representantes do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos visitou a comunidade e ofereceu à família mudança para outro local, mas eles continuaram em casa. Desde então, policiais seguem fazendo proteção na área.

As comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado deverão visitar a região na próxima sexta (18).