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Passe Livre inicia em 6 de junho mobilização contra aumento de tarifas em São Paulo

Prefeitura e governo estadual ainda não definiram datas nem valores para reajustes das tarifas de ônibus, metrô e trens

Jeca Souza/CC

Em 2011, o Movimento Passe Livre realizou várias manifestações contra o aumento da tarifa para R$ 3

São Paulo – O Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo convocou para 6 de junho manifestação em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade, contra o aumento das tarifas de transporte coletivo, previsto para o próximo mês. A data vai marcar o início de uma série de atos e debates para barrar o reajuste, cujo percentual ainda não foi revelado. O último aumento ocorreu em janeiro de 2011, quando a passagem de ônibus subiu de R$ 2,70 para R$ 3. As de trem e metrô passaram de R$ 2,90 para R$ 3 no mês seguinte.

O reajuste das passagens de ônibus, metrô, trens e ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que atendem a região metropolitana, estão adiados desde janeiro. À época, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) que segurassem o aumento até o meio do ano para evitar alta da inflação.

Segundo a militante do MPL Erica Oliveira, o movimento vai atuar para barrar qualquer proposta de aumento apresentada. “Nosso objetivo é manter a condução no valor atual, que já é alto. Muitas pessoas deixam de usar o transporte coletivo por não ter condições de arcar com seu custo diariamente. Se aumentar, irá excluir ainda mais gente”, afirma. Para Erica, as vitórias recentes do movimento em Florianópolis, Porto Alegre e Vitória, quando os governos municipais desistiram do reajuste após intensas manifestações e bloqueios de terminais, são exemplos de que a mobilização popular pode impedir aumentos tarifários do transporte coletivo.

No final de março, Haddad cogitou a possibilidade de discutir com o governo federal a destinação de parte da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre Combustíveis (Cide-Combustíveis) para os municípios subsidiarem o custeio do transporte do público, o que permitiria um maior intervalo nos reajustes e também uma queda nos percentuais. A proposta foi levada ao Encontro Nacional com Novos Prefeitos, em março, em Aracaju. No entanto, segundo a Secretaria de Comunicação Social da prefeitura, a discussão não avançou.

Para Erica, toda ação para reduzir os custos é importante, mas é preciso mudar a orientação do sistema. “Enquanto nosso modelo for privado, os empresários sempre vão querer ganhar mais e a população será prejudicada. É preciso mudar a lógica, para que a população seja atendida”, disse.