Polícia expulsa manifestantes acampados em frente à casa de Sérgio Cabral

rio de janeiro

Tânia Rego/Abr

Manifestantes mantiveram acampamento em frente à casa do governador por 10 dias, mas foram expulsos antes de respostas

Rio de Janeiro – A Polícia Militar desmontou nesta terça-feira (2) um acampamento que 15 manifestantes mantinham há 10 dias em frente ao apartamento do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. As autoridades chegaram ao local de madrugada, quando os manifestantes que estavam acampados desde 21 de junho dormiam.

A estudante Luiza Dreyer, do grupo que exigia respostas do governador às reivindicações de melhores serviços públicos, disse a jornalistas que a polícia “chegou de madrugada” e os expulsou do lugar de forma violenta.

“Derrubaram as barracas e não deram tempo para nada”, disse Luiza, que contou que um dos manifestantes, que tentou resistir à ação policial, permaneceu preso durante algumas horas e será acusado de “desacato à autoridade”.

Ela disse que os manifestantes foram “totalmente surpreendidos” pela ação, sobretudo porque desde que tinham instalado o acampamento haviam tido “uma excelente relação” com os agentes encarregados da segurança do governador.

“Não tínhamos tido nenhum problema com a polícia. Pelo contrário, tínhamos muito bom diálogo”, declarou. Luiza também denunciou que tanto as cerca de dez barracas montadas no local , bem como tudo o que guardavam no acampamento, foram apreendidas pela polícia e levado a uma delegacia.

De acordo com outro dos manifestantes que estava acampado, Vínicius Fragoso, por volta das 2h aproximadamente dez viaturas da Polícia Militar chegaram ao local e, de forma violenta, quebraram as barracas e expulsaram o grupo que estava dormindo.

“Eles chegaram gritando com a gente e chutando as nossas barracas. Nós dissemos que não iríamos sair, porque eles não tinham nenhuma ordem para nos retirar do local, mas não adiantou, agiram de forma truculenta e agrediram todo mundo”, disse.

Fragoso informou que os manifestantes farão uma reunião ainda nesta terça-feira (2) para decidir se voltam a protestar em frente ao prédio onde mora o governador.  A Polícia Militar não comentou a ação nem respondeu às acusações de truculência.

Com reportagens da Efe e da Agência Rio