Lei que regulariza terras no Pontal beneficia agronegócio, reclama líder do MST

São Paulo – O projeto de lei do governo estadual aprovado nesta semana no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, que regulariza terras devolutas no Pontal do Paranapanema, é […]

São Paulo – O projeto de lei do governo estadual aprovado nesta semana no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, que regulariza terras devolutas no Pontal do Paranapanema, é um retrocesso para a reforma agrária no estado, afirma Delvek Matheus, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). “Fazer a regularização dessas grandes propriedades significa transferir um patrimônio público, ou seja, terras devolutas que pertencem a sociedade para a iniciativa privada.”

O Pontal do Paranapanema é composto por grandes fazendas, propriedades latifundiárias e mais de 6.000 famílias assentadas. De acordo com o dirigente, a reforma agrária contribui para o desenvolvimento da região. O papel do MST, segundo Delvek, é gerar trabalho no campo, renda e produção de alimentos com qualidade para a sociedade, e essa lei só irá favorecer o agronegócio e empresas do setor canavieiro. 

Com a aprovação do projeto, avalia o dirigente, o movimento por justiça social fica em situação ainda mais complicada. Possivelmente as áreas que serão regularizadas não farão mais parte da reforma agrária e serão arrendadas para o setor canavieiro. “As acima de 500 hectares continuam sendo nosso destino. Portanto, vamos continuar reivindicando para assentar as milhares de famílias nas áreas acima de 500 hectares”, ressalta o dirigente.           

Segundo Delvek, esse modelo de agricultura, voltado ao lucro, apesar de produzir em grande quantidade compromete o meio ambiente e a saúde da população. “O objetivo da reforma agrária é outro. Queremos trazer mais desenvolvimento para as regiões locais, principalmente no interior.”    

Ouça a seguir reportagem da Rádio Brasil Atual.