Liminar

Justiça autoriza reintegração de posse na ocupação Copa do Povo, em São Paulo

Juiz dá prazo de 48 horas para que cerca de 4 mil pessoas deixem a área voluntariamente. Depois disso, polícia pode ser acionada

Depois de chamadas com carro de som, mais pessoas aderem ao movimento <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Quase 4 mil pessoas estão no terreno a 4 km do Itaquerão <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Famílias continuam chegando à ocupação <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Cozinha coletiva: 60kg de arroz, 40 de feijão e 35 de linguiça por dia <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Depois de chamadas com carro de som, mais pessoas aderem ao movimento <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Cada barraco deve comportar pelo menos um colchão de casal e uma pessoa de pé <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Maria das Dores: 'A gente está aqui para mostrar que o Brasil não é perfeito' <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Os barracos são identificados com o nome de seus proprietários <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Esperançoso, Arquimedes constrói seu barraco com sacos do seu trabalho como gari <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Quase 4 mil pessoas estão no terreno a 4 km do Itaquerão <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Fincou bandeira: Jenice só conseguiu espaço para seu barraco em cima de entulho <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>'Dez Reais' se orgulha de erguer o banheiro coletivo <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>

São Paulo – O juiz Celso Maziteli Neto, da 3ª Vara Cível de Itaquera, concedeu hoje (7) liminar autorizando a reintegração de posse do terreno onde está instalada a ocupação Copa do Povo, no Carmo, zona leste de São Paulo. A ação que deu origem à decisão foi movida pela Inpar Projeto Ltda, proprietária da área de 150 mil m².

O juiz deu prazo de 48 horas para que os ocupantes deixem a área voluntariamente. Caso contrário, está autorizado o uso de força policial.

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que coordena a ação, estima que 4 mil pessoas participem da ocupação, que começou na madrugada do último sábado (3).

Grande parte dos ocupantes é de moradores da zona leste que não militam no MTST. Algumas famílias ficaram sabendo da ação pela movimentação no fim de semana e depois que carros de som as convidaram moradores de bairros vizinhos. A maioria mora em casas alugadas ou de favor com parentes, o que as enquadra no déficit habitacional, estimado pelo IBGE em 5,2 milhões de pessoas em todo o Brasil e em 1,12 milhão no estado de São Paulo. Para fazer parte desse cálculo basta comprometer mais de 30% da renda com moradia, morar em casa de parentes ou amigos, dividir uma habitação, em condições precárias ou em adensamento excessivo em domicílios locados (mais de 3 pessoas).

Lideranças do MTST querem que a área, que estaria sem uso social há pelo menos 20 anos, seja demarcada como Zona de Interesse Social (ZEIS) no Plano Diretor da cidade, que está sendo debatido na Câmara Municipal, o que facilitaria uma futura desapropriação do governo do estado ou da prefeitura para construir conjuntos habitacionais. Outro objetivo declarado com a ocupação é expor o país durante a Copa do Mundo. O terreno fica a menos de quatro quilômetros da Arena Corinthians, o Itaquerão, estádio que sediará o jogo de abertura do torneio de futebol.