tensão

Juiz e tenente da PM tentam intimidar marcha de educadores contra o golpe

Ato realizado por 200 educadores em Itanhém, no sul da Bahia, é abordado com truculência por autoridades, na tentativa de impedir a livre manifestação de opinião

coletivo de comunicação mst

Educadores realizaram marcha em defesa da democracia e em denúncia ao golpe institucional implementado no Brasil

São Paulo – Duas pessoas sem identificação, e que se diziam autoridades, tentaram intimidar ontem (2) cerca de 200 educadores que realizavam a marcha de abertura do Encontro de Educadores da Brigada Nelson Mandela, em Itanhém, extremo sul da Bahia. Os educadores foram ameaçados por Francisco Moleza Godoy, que dizia ser juiz eleitoral, e pelo tenente Fabio, da Polícia Militar.

Houve a tentativa de paralisar a marcha quando o juiz quis retirar o microfone das mãos de uma das educadoras que coordenava a atividade; o tenente, após invadir as filas da caminhada com um carro, apontou sua arma contra os educadores e educadoras.

Segundo informações do coletivo de comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia, em seguida, o tenente foi em sua casa e colocou sua farda, retornando ao espaço acompanhado por outros policiais militares. A situação só se normalizou com a chegada do major Calmon, que dialogou com os educadores e questionou o método adotado pelo tenente, afirmando ter sido uma imprudência.

Os educadores estavam em marcha pelo centro da cidade em defesa da democracia e em denúncia ao golpe institucional implementado no Brasil por meio do governo interino do vice-presidente em exercício Michel Temer (PMDB).

A direção do MST na região caracterizou a ação “como uma tentativa de silenciar a voz dos trabalhadores que denunciam os retrocessos políticos com o atual governo”. Depois a marcha dos educadores seguiu ao local do encontro, onde deram continuidade às atividades, ainda com a tensão do tumulto provocado durante o início do ato.