Ipea aponta famílias brasileiras menos vulneráveis

De 2003 a 2009, Nordeste apresenta avanço maior, mas mantém estados com maior grau de vulnerabilidade. Norte teve menor avanço, segundo estudo do Ipea

O desenvolvimento infanto juvenil melhorou 25%, o que representa o maior avanço proporcional (Foto: Bruno Spada/ Ministério do Desenvolvimento Social)

São Paulo – A melhora no desenvolvimento infanto juvenil e o acesso ao trabalho e a recursos melhorou no Brasil de 2003 a 2009, o que reduziu a vulnerabilidade das famílias no país, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (17) em Brasília e avaliam as possibilidades de pessoas em cada região do país superarem dificuldades sociais e econômicas.

A partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE), o instituto analisa seis quesitos – vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, escassez de recursos, desenvolvimento infanto juvenil e condições habitacionais. Cada um deles é composto por diferentes indicadores. No geral, a melhora foi de 14% de 2003 a 2009.

Segundo o Ipea, “a vulnerabilidade como um todo se concentra fortemente nas áreas
rurais” e no interior de estados do Nordeste. São citados Alagoas, Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco. Embora a menor evolução no período tenha sido registrada no Norte, eram estados do Nordeste (Maranhão, Alagoas, Piauí), além do Tocantins, que apresentavam os resultados mais preocupantes em 2009, segundo o estudo.

O desenvolvimento infanto juvenil melhorou 25%, o que representa o maior avanço proporcional. A pior dimensão, porém, é o acesso ao conhecimento, causada por ter sido registrado pouca mudança na qualificação profissional. Aspectos ligados à “dinâmica econômica”, como escassez de recursos (melhora de 24,2%) e acesso ao trabalho (melhora de 20,3%), aparecem a seguir.

Na dimensão denominada “vulnerabilidade”, houve melhora em índices associados à presença de idoso no domicílio e à ausência de cônjuge. O efeito é provocado pelo envelhecimento da população, verificado em diversos outros levantamentos e pesquisas demográficas, e pelo aumento da proporção de famílias chefiadas por apenas um adulto – com destaque para as mulheres nessa posição.

Na comparação entre a vulnerabilidade em nove regiões metropolitanas analisadas, apenas em São Paulo não há registro de diferença significativa entre áreas periféricas e centrais. Recife e Rio de Janerio apresentam discreta diferença (inferior a 0,2 ponto percentual). As maiores discrepâncias entre áreas suburbanas e a sede da região metropolitana foram constatadas em Fortaleza, Curitiba e Belo Horizonte.

A íntegra do estudo está publicada na página do Ipea na internet

Com informações da Agência Brasil