Mais um integrante do MST de Pernambuco é assassinado

Esse é o segundo assassinato na região em menos de um mês

São Paulo – O camponês Pedro Bruno, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi assassinado na manhã de hoje (2) quando se dirigia ao assentamento Frescudim, que fica no município de Gameleira, Zona da Mata Sul de Pernambuco.

Trata-se da segunda morte de um militante do MST no estado em menos de um mês. Para o movimento, o assassinato do trabalhador pode ter sido uma retaliação à reocupação do engenho Pereira Grande, que aconteceu na madrugada de ontem (01).

O engenho é uma das áreas nas quais mais ocorrem conflitos de terra em Pernambuco. A área pertence à Usina Estreliana e foi declarada de interesse social para fins de reforma agrária em 2003. Mas, devido a ações movidas pela usina, uma semana antes de ser dada a imissão de posse da área ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a ministra Ellen Gracie, então presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a desapropriação e a imissão de posse só poderão ocorrer após o julgamento final do processo. 

De acordo com o MST, no dia 08 de março aproximadamente 200 mulheres do movimento foram até o engenho Pereira Grande realizar um ato para exigir a desapropriação da área. Porém, ao chegarem ao local, elas foram cercadas por pistoleiros, que teriam disparado para intimidá-las.

Pedro Bruno é o segundo integrante do MST assassinado em menos de um mês. No dia 23 de março, o coordenador do MST na região agreste do pernambuco, Antônio Tiningo, foi morto em uma emboscada quando ia para o acampamento da fazenda Açucema, no município de Jataúba. Desde o ano passado vários ataques vêm sendo realizados contra as famílias sem terra, mas, até o momento, os assassinos continuam impunes.