São Paulo – Uma cena que lembra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perseguindo um cidadão na região da avenida Paulista vem repercutindo nas redes sociais. Um homem armado agrediu, xingou e perseguiu um jovem negro desarmado no centro de São Paulo, ameaçou atirar contra ele e foi contido por mulher que estava com o agressor. O episódio ocorreu no último domingo (12).

A poucos metros, uma policial militar assistia a cena de braços cruzados. Um suposto repórter começou a gravar e perguntou à policial por que ela não fazia nada. A militar respondeu agressivamente dizendo que estava de folga – apesar de fardada – e ameaçou o autodeclarado jornalista. As imagens foram enviadas ao site Ponte Jornalismo.

A cena dramática foi testemunhada por dezenas de pessoas em frente à estação Carandiru do metrô, zona norte de São Paulo. O jovem era acusado de tentar furtar uma pessoa. Diante de xingamentos, tensão e gritaria de pessoas e crianças, ouve-se a voz de uma mulher que diz:

– Se matar eu vou gravar, porque ele não tá armado.

Agressivo e descontrolado, o homem com a pistola em punho persegue o rapaz que tentava fugir, o cerca, agride e aponta a arma. Em seguida, a mulher que estava com ele e o chama de Paulo se interpõe entre o agressor e o jovem de camiseta azul, possivelmente evitando um potencial homicídio.

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“A PM serve pra quê?”

Enquanto isso, uma policial militar assiste a tudo encostada em um muro impassivelmente. O jovem negro se aproxima dela para pedir ajuda e – ao invés de ajudá-lo – a PM dá um passo para trás e desfere um pontapé no rapaz.

A cena foi inteiramente filmada pelo suposto repórter fotográfico, que enviou às imagens à Ponte sob condição de anonimato, por temer represálias, segundo o veículo. Ele questiona a PM:

– Vocês servem pra quê? Pra que vocês servem?

A mulher fardada então reage, dizendo que está de folga e ameaçando prender o filmador, que discute com ela e a acusa de prevaricação. O crime, previsto no Código Penal, consiste na recusa, indevida, de um funcionário de Estado de exercer seu dever para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. A pena prevista é de detenção, de três meses a um ano.

Segundo o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar os PMs têm dever de “atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de serviço suficiente”.

Assista ao vídeo: