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Fiação enterrada aumenta segurança em períodos de chuvas

Especialistas apontam que, além da questão estética, enterramento de fios evita riscos de acidentes e os frequentes cortes de luz, como o que deixou 800 mil casas sem luz na segunda-feira (12)

Avener Prado/Folhapress

800 mil casas ficaram sem luz com na segunda (12) em decorrência da queda de árvores e outros problemas

São Paulo – Basta uma pequena caminhada pelo centro de São Paulo para perceber o emaranhado de fios que compõem o cenário urbanístico do paulistano. São cerca de 69 km de fios fixados aos postes, que apresentam problemas quando aumentam as chuvas e as consequentes quedas de árvores – 800 mil casas ficaram sem luz com o temporal de segunda-feira (12).

O enterramento dos fios ajudaria a evitar cortes de energia e riscos de acidente, porém, apenas 40% dos fios são enterrados na cidade. O procedimento é feito pela AES Eletropaulo.

“Tendo uma rede no subsolo, elimina-se em praticamente 100% os acidentes com quedas de árvore, raios, postes abalroados”, afirma diz Marcos Romano, diretor do Departamento de Controle de Vias Públicas, da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, que falou com a reportagem da Rádio Brasil Atual. “Tudo favorece ao enterramento de rede, só que não é um serviço barato”.

Independente de qualquer ação das concessionárias, a prefeitura de São Paulo tem promovido o enterramento de fios em obras municipais, explica o representante. “Em obras novas de responsabilidade da prefeitura, as redes estão sendo enterradas. Em alguns casos de redes aéreas existentes em determinados locais, a prefeitura tem feito, junto com a Eletropaulo”, ressalta Romano.

O representante da secretaria diz ainda que nas avenidas em que estão sendo implementadas os novos corredores de ônibus, o procedimento de enterramento tem sido realizado, assim como em grandes obras de infraestrutura que contam com recursos do PAC, do governo federal.

Paula Santoro, professora de Planejamento Urbano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), diz que além da questão da paisagem, a ampliação do enterramento de fios seria importante para a ordenação do subsolo e pede por uma articulação das secretárias para racionalizar o uso do subsolo e integrar políticas de telecomunicações, energia, água e gás. “Se vou fazer uma calçada, já faço o enterramento, já mudo a tecnologia.”

Além do enterramento de fios, a falta de energia está atrelada ao atraso da modernização da rede elétrica, aponta a professora: “Nosso parque de iluminação é obsoleto, tem 40 anos de uso. Ou seja, não é  toa que a gente fica sem luz. Não é só por causa das árvores”.

Ouça a reportagem completa de Anelize Moreira para a Rádio Brasil Atual: