Familiar

Volume recorde de crédito estimula jovem agricultor a ficar no campo

Segundo pesquisa do MDA, 84% dos agricultores brasileiros não trocariam vida rural por oportunidade de trabalho na cidade; nos últimos 12 anos, recursos para o setor saltaram de R$ 2,3 bilhões para R$ 24,1 bilhões

Portal Brasil

Inadimplência média no financiamento da agricultura familiar gira em torno de 1%, um dos mais baixos do país

Brasília – A expansão contínua do crédito agrícola no Brasil tem colaborado para a fixação de famílias de pequenos agricultores no campo, segundo pesquisa do Núcleo de Educação a Distância (Nead), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). De acordo com o estudo, cerca de 84% dos agricultores brasileiros não trocariam a vida rural por uma oportunidade de trabalho nas grandes cidades.

Reportagem do Portal Brasil, da Secretaria de Comunicação do governo federal, aponta que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) garantiu a expansão da linha de crédito. Na semana passada, em reunião com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Plano Safra 2015/2016 terá no mínimo R$ 25 bilhões para o setor. O plano será anunciado em junho pelo governo.

O país possui hoje mais de 4,8 milhões de famílias de pequenos agricultores. De acordo com o último Plano Safra 2014/2015, o crédito para o setor saltou de R$ 2,3 bilhões, em 2002/2003, para atuais R$ 24,1 bilhões, o maior volume da história, afirma o portal.

Os valores são resultado da consolidação, na última década, da integração de políticas públicas com foco na criação de melhores oportunidades profissionais para o trabalhador rural. Segundo o secretário Nacional da Agricultura Familiar do MDA, Onaur Ruano, aumentar o acesso às políticas públicas para a agricultura familiar é fundamental para o crescimento do pequeno produtor.

“As ações desenvolvidas pelo MDA são ajustadas às necessidades dos agricultores e empreendimentos familiares, de acordo com o seu perfil socioeconômico, desde a elaboração de diagnósticos, planos e projetos, até um conjunto de atividades para apoiar as famílias rurais em todo o sistema de produção e gestão do estabelecimento”, afirma Ruano.

Para gerar melhores resultados – sempre segundo o Portal Brasil – a última edição do Plano Safra da Agricultura Familiar (Pronaf) ampliou o escopo de atuação do MDA. Por meio do plano, o governo busca equilibrar o aumento da produção de alimentos, a garantia de renda ao produtor e a estabilidade de preços ao consumidor. Além disso, leva à inclusão de assentados da reforma agrária em novas rotas produtivas e adapta a oferta de crédito às diversidades regionais.

De acordo com o MDA, até abril de 2015, do total da oferta de crédito do Pronaf, já foram acessados R$ 20,7 bilhões, cerca de 85% em contratos que já passam de 1,6 milhão. Do total do volume contratado, a maior parte, 55%, foi utilizado em investimentos (máquinas, colheitadeiras, roçadeiras).

Baixa inadimplência

Segundo o diretor de Financiamento e Proteção à Produção da Secretaria de Agricultura Familiar do ministério, João Luiz Guadagnin, os contratantes de crédito do Pronaf são excelentes pagadores. A inadimplência média no Pronaf gira em torno de 1%, “uma das menores de todas as políticas e programas de crédito do Brasil”.

Guadagnin afirma que o aperfeiçoamento das linhas de crédito são fruto de um diálogo permanente que o ministério mantém com as representações de agricultores familiares e agentes financeiros, rede de assistência técnica e extensão rural, além da área econômica e de desenvolvimento do governo. “O trabalho de parceria é a marca do Pronaf. Essa ação perdurará e fortalecerá o Programa”, garante Guadagnin.