São Paulo – Além de sediar os jogos da Copa do Mundo, São Paulo também será palco de outro mundial de futebol: a Copa dos Refugiados. Organizada pela Cáritas Brasileira e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a iniciativa que reunirá “seleções” de 16 países em jogos nos dias 2 e 3 de agosto representa, na visão do comentarista da Rádio Brasil Atual Paulo Vannuchi “um bom complemento à Copa para a formação do espírito de respeito aos direitos humanos no Brasil”.

As partidas ocorrerão na Baixada do Glicério, no centro da cidade, e terão duração de 30 minutos. A abertura será entre Camarões e Iraque, mas Paquistão, Serra Leoa, Mali, Congo, Costa do Marfim, Bolívia, Peru, Bangladesh, Haiti e Palestina também estão entre as equipes que participarão da disputa.

“A Copa dos Refugiados promoverá, em paralelo à Copa, um conhecimento da importância de o Brasil seguir de braços abertos para imigrantes”, diz Vannuchi. “O nosso país teve uma contribuição fundamental de tantos deles, não apenas os milhões de africanos que foram trazidos como escravos, em uma violação brutal de direitos humanos, mas imigrantes que vieram da Europa, italianos, espanhóis, do Japão, de países árabes, especialmente libaneses e sírios.”

Para o comentarista, o crescimento econômico e aumento do emprego observados no Brasil no século 21 tornaram o país um polo mundial de atração de imigrantes. Ele acrescenta que entre 2000 e 2010 a população de imigrantes do país dobrou de 140 mil para 280 mil pessoas. “Isso são números oficiais, mas nós sabemos que a imigração, em grande parte, é informal. Então, pode ser que de 2010 para cá, que a economia bombou com crescimento do PIB em 7,5%, isso tenha se acelerado. Nós podemos estar perto de 1 milhão de bolivianos, paraguaios, peruanos.”

Vannuchi salienta que o Brasil tem de reafirmar sua identidade de nação de imigrantes. “Temos amplo território, rico, terra disponível, abundância, regiões inteiras com carência de mão de obra. Nesse sentido, há a importância de os organismos brasileiros cuidarem para promover a integração com oferecimento de trabalho e orientação profissional. A Copa é, como as Olimpíadas, uma grande festa mundial de integração entre povos. É uma oportunidade de pessoas reconhecerem na diferença, na diversidade, na pluralidade, uma fonte de alegria, de identidade humana”, afirma.

Ouça o comentário completo de Paulo Vannuchi à Rádio Brasil Atual.