Consórcio afirma que desocupação de Belo Monte já está autorizada pela Justiça

Para a Norte Energia, os manifestantes - entre indígenas, ribeirinhos e pescadores - estão sendo movidos por interesses alheios aos nacionais

São Paulo – Com o canteiro de obras ocupado por 600 pessoas, entre indígenas, ribeirinhos e pescadores, o consórcio responsável pela obra, a Norte Energia, divulgou nota em que afirma que a Justiça já determinou a saída dos manifestantes que ocupam o canteiro de obra desde a madrugada desta quinta-feira (27).

A nota afirma que a juíza Cristina Collyer Damásio determinou a imediata desocupação da área “proibindo quaisquer atos de turbação ou esbulho que comprometam o andamento da obra”.

Ainda de acordo com a nota, a ocupação causa estranheza que o grupo de manifestantes tenha ocupado área privada resultando em “desnecessária” conturbação da ordem pública. Para a Norte Energia, o grupo, em sua maioria arrebanhado em outras regiões, está sendo liderado por pessoas “movidas por interesses alheios aos nacionais”.

O consórcio também argumentou que tem praticado constante diálogo com as comunidades localizadas na área de influência do empreendimento, “sendo conduzido com a plena concordância da população local e dos povos indígenas da região, para os quais são garantidos direitos fundamentais, preservação integral de suas terras e qualidade de vida”, consta do comunicado.

Nesta quarta-feira (26), a Justiça adiou mais uma vez a decisão sobre o direito dos indígenas de serem ouvidos antes do início das obras. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pede a anulação do decreto que autorizou a construção de Belo Monte sem a realização de consulta prévia aos povos indígenas da região do Xingu. O julgamento está empatado, com 1 voto a favor do MPF e 1 a favor do governo, pela continuidade das obras. O processo será retomado no dia 9 de novembro.