Último balanço

Ciclone no RS atinge 87 municípios, 11 deles com mortes; comitiva do governo chega neste domingo

Último balanço da Defesa Civil, divulgado neste sábado (9), confirma 41 mortes e 46 desaparecidos. A fome e a perda de plantações se somam às preocupações após o temporal

Defesa Civil/Reprodução
Defesa Civil/Reprodução
O temporal que afetou a região é resultado de um ciclone extratropical que se formou na segunda (4)

São Paulo – Novo boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado neste sábado (9), aponta que as fortes chuvas causaram enchentes e deixaram estragos em 87 municípios, sendo que 11 deles registraram mortes. O número de óbitos se mantém em 41, a maior parte deles se concentram na região de Muçum, com 15 vidas perdidas. Os desaparecidos também seguem em 46 e os feridos somam 223. Até às 12h, o órgão contabilizava mais de 3 mil pessoas desabrigadas. Outras 8,2 mil estão desalojadas e 147.341 afetadas. O temporal que afetou a região é resultado de um ciclone extratropical que se formou na segunda (4).

Além da cidade de Muçum, as chuvas também fizeram vítimas em Roca Sales, Nova Bassano, Estrela, Ibiraiaras, Passo Fundo, Mato Castelhano, Encantado, Lajeado e Arroio do Meio.

Como grande parte da estrutura dos municípios foi devastada, a segurança alimentar dos milhares de desabrigados e desalojados passou a ser também uma preocupação.

Insegurança alimentar

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), Juliano de Sá afirmou que são mais de 10 mil famílias e voluntários que estão com dificuldades para alimentação. Juliano vem articulando a montagem de cozinhas de campanha para minimizar a situação. O governo federal, segundo ele, já se comprometeu a garantir os alimentos. Enquanto o governo estadual ficará a cargo de viabilizar a logística.

“As doações chegam em alimentos não perecíveis ou em lanches, porém, as pessoas não têm como cozinhar. Estamos tentando articular a montagem de cozinhas de campanha para produção de alimentos para distribuição no formato de marmitas”, afirmou.

A situação também é mais difícil para os agricultores que perderam tudo que plantavam, de acordo com o presidente do Consea-RS. “Isso terá consequências a curto e médio prazo no que se refere à produção de alimentos e criação de animais. Será necessária uma política de reparo para essas famílias voltarem a trabalhar, algo que levará um certo tempo até se restabelecerem as coisas”, explicou.

Comitiva federal

Neste domingo (10), o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, desembarca no Rio Grande do Sul para visitar as regiões afetadas. Alckmin estará acompanhado de uma comitiva de ministros e secretários e percorrerá, pela manhã, os municípios de Roca Sales, Muçum e Lajeado.

No final da manhã, o presidente em exercício participará, em Lajeado, de reunião com prefeitos locais. Em seguida, Alckmin concederá entrevista coletiva à imprensa, no campus sede da Universidade do Vale do Taquari (Univates), na Av. Avelino Tallini, 171 (bairro Universitário, Lajeado/RS).