Aumento da repetência mostra perda de qualidade no ensino, diz deputada

Dados do Unicef mostram elevação da reprovação no ensino médio. Para Maria Lúcia Prandi, promoção automática é um dos fatores para explicar cenário

Estudo divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com dados do Ministério da Educação, indica que a proporção de estudantes brasileiros do antigo colegial, hoje ensino médio, chegou a 12,7% em 2007. Para a deputada Maria Lúcia Prandi (PT-SP), presidente da comissão de Educação da Assembléia Legislativa de São Paulo, a deficiência na qualidade do ensino é um dos fatores que mais pesam no resultado da pesquisa.

“Temos tido uma perda da qualidade de ensino desde o ensino fundamental”, pondera a deputada. “Em muitos estados em que há promoção automática, como no caso de São Paulo, esses alunos vão indo e, de repente, no ensino médio, acabam tendo sucessivas reprovações ou desistindo por não ter condição”, avalia.

A Maria Lúcia Prandi apresenta como mais um reflexo do levantamento o currículo escolar. Para ela, a falta de perspectiva não desperta o interesse do jovem. Ela defende o retorno do estímulo ao ensino médio profissionalizante.

O relatório aponta avanços do governo, como por exemplo em número de matrículas, mas cita problemas como o atendimento precário a algumas parcelas da população.

Segundo o documento, crianças indígenas, negras, de zonas rurais e com deficiência vivem em um país pior do que aquele que exibido nas pesquisas do governo.