Após protesto, movimento de moradia conquista comissão de negociação em SP

Diálogo permanente foi garantido pelo governo estadual

Ativistas saíram da Marginal Pinheiros até a sede do governo paulista, no Morumbi (Foto: Divulgação)

São Paulo – O movimento de moradia conseguiu a garantia, por parte do governo paulista, da instalação de uma comissão permanente de negociação sobre questões relacionadas a habitação. O atendimento da demanda ocorreu em reunião entre ativistas do movimento e o presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Marcos Penido, após um protesto realizado na manhã desta terça-feira (19).

A manifestação ocorreu nas proximidades da sede do governo de São Paulo, no bairro do Morumbi, na zona sul da capital. Ativistas da União dos Movimentos de Moradia (UMM) concentraram-se na ponte Cidade Jardim (da Marginal do Pinheiros, também na zona sul) até a entrada principal do palácio. Segundo os organizadores do movimento, cerca de 3 mil pessoas participaram da caminhada.

Reivindicações:

  • Retomada do Programa de Mutirão com Autogestão;

  • Posse imediata do Conselho Estadual das Cidades;

  • Funcionamento do Conselho e recursos para o Fundo Estadual de Habitação com participação popular;

  • Programa de cortiços e áreas centrais com os movimentos sociais;

  • Urbanização de favelas;

  • Recursos estaduais para projetos do Minha Casa Minha Vida Entidades;

  • Criação de Banco de Terras para habitação;

  • Participação popular no Plano Estadual de Habitação;

  • Contra os despejos da Ecovias em Diadema e do Rodoanel.

Benedito Roberto Barbosa, o Dito, um dos coordenadores da UMM, disse que o protesto indicou os próximos passos do movimento. “O objetivo da passeata de hoje é ser recebido pelo governador ou pelo menos ter uma audiência agendada. Queremos saber a definição de política de habitação do governador.” Por isso, o anúncio da comissão permanente foi comemorada pelo movimento.

Para o membro do Movimento de Moradia no Centro (MMC) e recém-absolvido pela Justiça, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, não houve uma vitória nesta terça. “Nós andamos muito para conseguir muito pouco. Se era para ser atendido pelo presidente do CDHU podíamos ter ido no prédio deles. Para mim não foi vitória, houve um avanço. Fazia anos que não chegávamos aqui com um carro de som.” Uma carta-ofício com todas as reivindicações havia sido protocolada no dia 12 de abril para ser encaminhada ao governador e ao secretário estadual da Habitação, Silvio Torres.

Para o deputado estadual e integrante da comissão de negociação, Luiz Cláudio Marcolino (PT), a reunião foi positiva e a negociação permanente ajudará a resolver pendências que hoje existem. “Outro ponto é a retomada do Conselho Estadual de Habitação que tinha sido aprovado, mas até agora não havia se reunido. Passa a a ter uma reunião permanente desse conselho”, relatou o deputado. Participaram os deputados estaduais Simão Pedro (PT) e Adriano Diogo (PT). A vereadora Juliana Cardoso (PT) também acompanhou o protesto.

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