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Advogada acusada de atos violentos em protestos pede asilo político ao Uruguai

Em vídeo publicado no YouTube, a advogada afirma que é perseguida política. A OAB-RJ disse que não recomendou nem foi consultada sobre o pedido de asilo

youtube/reprodução

Eloísa Samy, advogada, pede asilo político ao Uruguai e denuncia ameaças à democracia do país

A advogada Eloísa Samy, acusada de atos violentos em protesto, está no Consulado-Geral do Uruguai, no Rio de Janeiro, e pede asilo político ao país vizinho. Investigada pela Operação Firewall, da Polícia Civil, ela foi uma dos 23 ativistas que tiveram prisão preventiva decretada, por associação criminosa, pela 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (18). O ativista David Paixão também está no consulado.

A informação foi divulgada pelo Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), organização não governamental da qual Eloísa Samy faz parte. Segundo o DDH, o objetivo da advogada é conseguir o asilo para defender-se, em liberdade, das acusações feitas pelo Ministério Público.

De acordo com o DDH, policiais militares estão cercando a área do Consulado Geral do Uruguai, na zona sul do Rio.

Em vídeo publicado no YouTube (veja abaixo), a advogada afirma que é perseguida política: “Sendo criminalizada pela minha atuação na defesa dos direitos de manifestação. Fui denunciada pelo crime de formação de quadrilha armada com outras 22 pessoas — algumas das quais sequer conhecia”. “Como advogada, não pude me omitir quando assisti a diversas violações que considero fundamentais: ao direito de moradia, à liberdade de manifestação do pensamento, à dignidade humana”, acrescenta.

O vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro (OAB-RJ), João Pedro Pádua, encarregado do caso de Eloisa, disse que a OAB não recomendou nem foi consultada sobre o pedido de asilo político ao Uruguai.

“Foi uma decisão pessoal dela. Ela pode ter consultado alguém, mas não a nós”, disse Pádua, acrescentando que a comissão da OAB-RJ segue defendendo Eloisa em juízo, mas não na medida de asilo. Ele espera para ainda hoje a resposta sobre o pedido de habeas corpus para a advogada, referente à prisão preventiva. “A decisão vai sair hoje, mas se vai ser favorável, não tenho como saber”, disse.

Eloisa foi presa na Operação Firewall,  deflagrada no último dia 12 pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em cumprimento a 26 mandados de prisão e dois de busca e apreensão de menores expedidos pela Justiça. Na ocasião, 17 adultos foram presos e dois menores de idade apreendidos por envolvimento em atos violentos durante manifestações ocorridas no Rio. A ação deu seguimento às investigações iniciadas em setembro do ano passado pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Informática (DRCI).

As prisões ocorreram nos municípios do Rio de Janeiro e Búzios (RJ) e Porto Alegre. Segundo a polícia, foram apreendidos máscaras, gasolina, arma de choque, um revólver, artefato explosivo, sinalizador, droga, computadores e aparelhos celulares. Outras duas pessoas foram presas em flagrante por porte de arma e drogas.

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Com informações da Agência Brasil