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Acordo com MP prevê medidas de emergência da Samarco por tragédia ambiental

Negociações se estenderam de sexta-feira até a madrugada de domingo e documento assinado pela empresa prevê multa de R$ 1 milhão por dia em caso de descumprimento de cláusulas

Josias da Vitória/Secom–ES

Prefeitura de Baixo Guandu (ES) suspendeu captação da água do Rio Doce devido a “massa de água com elevada turbidez”

São Paulo – Após negociações complexas iniciadas na sexta-feira (13) e encerradas na madrugada de ontem, os Ministérios Públicos do Trabalho (MPT), Federal (MPF/ES) e do Estado do Espírito Santo (MPES) assinaram, na madrugada de domingo, um Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) considerado de emergência com a empresa Samarco Mineração S.A., responsável por uma das maiores tragédias ambientais da história do país.

O acordo visa a proteger o direito das populações e dos trabalhadores afetados pelo acidente ocorrido no início do mês em Mariana (MG).

O TCSA prevê que, na falta de cumprimento de cláusulas do acordo, a Samarco ficará sujeita ao pagamento de multa diária de R$ 1 milhão. Segundo o Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo, as discussões se estenderam das 9h30 da sexta-feira até a assinatura do documento, às 3h40 de domingo.

O MPT-ES diz, em nota, que o acordo pretende garantir que as provas do ocorrido sejam preservadas para futura reparação dos danos e também “a adoção de medidas emergenciais para que o impacto socioambiental causado seja o menor possível”.

As medidas preveem que a Samarco fica obrigada a apresentar um plano emergencial de contenção, prevenção e minimização dos impactos ambientais e sociais sobre os municípios de Baixo Guandu, Colatina, Marilândia e Linhares. A empresa “compromete-se a arcar com os custos de combustível e manutenção da frota de veículos municipais, estaduais e federais destacadas para as ações emergenciais adotadas pelos órgãos municipais, estaduais e federais decorrentes da adoção de medidas preventivas e reparatórias”.

São exigidas da Samarco “ações para resgate imediato da fauna terrestre e aquática, em até 48 horas a partir da assinatura do documento, além da guarda das espécimes recolhidas em local apropriado, suportando financeiramente as medidas necessárias”.

Ela deve ainda garantir o abastecimento mínimo de 40 litros água por habitante por dia. O valor será progressivamente aumentado e revisto em 20 de novembro, informa o comunicado. “Em relação à análise da qualidade da água da Bacia do Rio Doce e do mar, a Samarco deverá contratar, no mínimo, dois laboratórios certificados pelo Inmetro para coleta e análise do material. Deverá, ainda, coletar e analisar amostras de espécies existentes no ambiente fluvial e marítimo, antes e após a passagem da onda de sedimentos pela Bacia Hidrográfica do Rio Doce até a dispersão no oceano”, prevê o documento.

O TCSA prevê ainda a implementação de um plano de comunicação social a fim de assegurar a transparência e informações para a sociedade.

Minas

Segundo a Agência Brasil, o MP de Minas Gerais informou hoje (16) ter fechado acordo com a Mineradora Samarco para pagamento de caução socioambiental de R$ 1 bilhão por conta do rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração em Mariana (MG).

Leia a íntegra do acordo aqui.

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