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Rompimento de barragens de mineradora inunda distrito no interior de Minas

Autoridades não confirmam número de mortes. Governo federal coloca Forças Armadas à disposição e ministro visita região do desastre

Corpo de Bombeiros/MG

Onda de lama e detritos atingiu distrito de Bento Rodrigues, a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais

São Paulo – Duas barragens de rejeitos, pertencentes à mineradora Samarco, joint venture da Vale com a australiana BHP, se romperam na tarde de ontem (5), no distrito de Bento Rodrigues, a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais, inundando a região com lama, materiais sólidos e água usados no processo de mineração. Ainda não há registro oficial do número total de vítimas e desaparecidos. Um homem teria morrido por infarto, ao presenciar a tragédia.

De acordo com a prefeitura de Mariana, a situação no local é muito grave e há riscos de desmoronamentos. Várias casas foram alagadas. Em nota, a Samarco informou que houve um rompimento de sua barragem de rejeitos, denominada Fundão. “Não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido”, diz a nota.

Na manhã de hoje o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que cerca de 500 moradores de áreas afetadas, já foram resgatados pela corporação. Ainda segundo a corporação, o número de desaparecidos é de 16 pessoas.

Cerca de 150 pessoas desabrigadas passaram a última noite num ginásio de esportes no centro do município. O ginásio da cidade também recebe doações para as famílias que perderam suas casas. A prefeitura de Mariana pede a doação de itens como roupas, colchões, água mineral e produtos de higiene pessoal. Moradores vizinhos a Mariana também se mobilizam para arrecadar donativos.

O governo federal colocou o Exército à disposição do estado de Minas Gerais para ajudar no socorro às vítimas. O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, viaja hoje (6) para acompanhar as ações, ao lado de técnicos da Secretaria Nacional de Proteção e da Defesa Civil.

Outros órgãos do governo federal que foram colocados à disposição de Minas Gerais para prestar apoio foram o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, vinculado ao Ministério da Integração Nacional, e a Força Nacional do Sistema Único de Saúde.

O governador Fernando Pimentel diz, em nota, que recebeu a informação do rompimento da barragem “com consternação” e determinou que a Defesa Civil e outros órgãos competentes enviem “todos os esforços para prestar os primeiros socorros e todo atendimento necessário à população do distrito.” Além disso, quatro helicópteros foram enviados para a região com grupamentos do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres.

Barragens como as que se romperam em Minas são feitas para reter os resíduos sólidos e água dos processos de mineração. O rejeito é material que deve ser armazenado para proteção do meio ambiente. Segundo a engenheira Maria Luiza Souza, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que foi entrevistada pelo portal de O Estado de S. Paulo, “a barragem foi mal feita ou já estava com problemas”.

Com informações da Agência Brasil


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