Compromisso

Coletivo Marco Zero, de Recife, aposta em ‘jornalismo sem patrão’

Laercio Portella, integrante do Marco Zero, conta à Rádio Brasil Atual a história do grupo formado em 2015 para defender os direitos humanos e a democracia

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Laercio Portella, membro do Coletivo Marco Zero, contou que o objetivo é fazer jornalismo comprometido com os direitos humanos

São Paulo – “A gente decidiu fundar um veículo independente, porque queria fazer o nosso jornalismo. Um jornalismo sem patrão. Queria mais independência, queria fazer um jornalismo que realmente fosse comprometido com os direitos humanos, com a democracia, que cobrisse o poder público de verdade, mas também o poder privado e as relações públicas privadas.” Assim o jornalista Laercio Portella resume a fundação do Coletivo Marco Zero de jornalismo investigativo, que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público, produzidas por jornalistas que procuram ver o mundo com um olhar diferenciado.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Portella destacou que o grupo não recebe patrocínio de governos, nem de empresas públicas ou privadas. E que as reportagens podem ser livremente reproduzidas por qualquer veículo, desde que sem utilização comercial. O coletivo, criado em 2015 por sete ex-jornalistas da mídia tradicional, também se propõe a ser um fomentador do debate sobre o futuro e as melhores práticas do jornalismo.

Para o integrante do Marco Zero, a principal motivação para a criar o coletivo era cobrir as violações de direitos humanos que se intensificavam em Recife e em todo o Nordeste. “A gente decidiu montar a Marco Zero Conteúdo e a gente não sabia, naquela época, tudo que estava por vir. O processo de crescimento político conservador, teve o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff. Foi um processo de fechamento político no país e a gente foi pego neste turbilhão”, contou.

O cenário acabou levando a um aumento ainda mais grave nas violações de direitos humanos, retirada de direitos e repressão policial no Recife, assim como no restante do Brasil. “A gente acabou mergulhando ainda mais profundamente nesse tipo de cobertura e vendo como foi importante a gente ter criado esse grupo. Como foi importante a gente ter uma voz do jornalismo, em Pernambuco e no nordeste, que tenha essa perspectiva de defesa dos direitos humanos e da democracia. Que amplie as pautas que envolvem pessoas e contar histórias que são omitidas pela grande mídia”, afirmou.

Confira a entrevista completa

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