Até quando?

Fiscais e famílias protestam e pedem justiça no caso Unaí

Mandantes foram condenados a penas que chegaram a 100 anos, mas ainda recorrem em liberdade

Quatro servidores do Ministério do Trabalho foram mortos a tiros em 2004. Executores foram presos, mandantes não

São Paulo – Auditores-fiscais e familiares das vítimas protestam nesta quarta-feira (24) em memória dos quatro servidores do Ministério do Trabalho assassinados em 28 de janeiro de 2004 e para pedir justiça no caso, já que os mandantes foram condenados a penas que atingiram 100 anos de prisão, mas ainda recorrem em liberdade. A concentração foi diante da sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, onde tramitam os recursos.

Na última segunda-feira (22), o presidente do Sinait (sindicato dos auditores-fiscais), Carlos Silva, e a vice, Rosa Maria Campos Jorge, tiveram audiência com o presidente do TRF1, desembargador Hilton Queiroz, para cobrar rapidez. Ouviram que todo o possível está sendo feito nesse sentido.

Durante uma ação de fiscalização em Unaí (MG), três fiscais (Eratóstenes de Almeida Gonsalves, o Tote, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva) e um motorista (Ailton Pereira de Oliveira) foram assassinados a tiros. Três executores foram condenados em 2013 e seguem presos, um deles em regime semi-aberto há quase um ano.

Já os apontados como mandantes (o ex-prefeito de Unaí Antério Mânica, seu irmão Norberto, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro) foram julgados e condenados em 2015, mas, por serem réus primários, recorrem em liberdade. “Enquanto a vida deles corre normalmente, as famílias e os Auditores-Fiscais do Trabalho continuam com a angústia de não ver esse ciclo encerrado”, diz o Sinait.

Por causa da chacina, o 28 de janeiro virou Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Várias atividades serão realizadas neste e nos próximos dias para marcar a data.

 

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