liberdade e igualdade

Prefeitura de São Paulo lança estudo sobre diversidade racial e religiosa

Pesquisadores divulgaram os dados durante a cerimônia de posse dos membros do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), com presença do prefeito Fernando Haddad

arquivo/ebc

De acordo com o estudo, entre 2000 e 2010, as religiões afro-brasileiras registraram crescimento de 43,8%

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), participou hoje (22) da cerimônia de posse dos membros do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir). Durante o evento, a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) divulgou um estudo intitulado “Diversidade Étnico-racial e Pluralismo Religioso no Município de São Paulo”.

O Compir é um órgão colegiado composto por integrantes do poder público municipal, da SMPIR e da sociedade civil. A finalidade do corpo eleito é de auxiliar, indicar, subsidiar, acompanhar e avaliar a implementação de políticas públicas locais em relação à promoção da igualdade racial. Também fica a encargo do colegiado a realização da Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial.

Já a pesquisa elaborada pela secretaria mapeia os perfis étnicos-raciais dos adeptos de religiões afro-brasileiras e orientais. O estudo foi coordenado pelo professor da Faculdade Zumbi dos Palmares Hédio Silva Jr., especialista no tema. “Os resultados demonstram, a título de exemplo, que entre 2000 e 2010, as religiões afro-brasileiras registraram crescimento de 43,8% no número de adeptos”, afirma o documento.

“A análise dos perfis dos seguidores das religiões afro-brasileiras demonstra que, atualmente, 60% são brancos, 23% possuem ensino superior completo e 27% têm rendimentos acima de três salários mínimos”, diz o estudo em cima de dados relativos à cidade de São Paulo.

O documento também aponta dificuldades encontradas pelo corpo de pesquisadores, como a classificação de grupos com convicções filosóficas, ou de crenças ateístas ou agnósticas. “A técnica de coleta sobre convicção nos recenseamentos pressupõe que o respondente possui religião, fato este que embaraça a correta identificação e contagem dos grupos de convicção filosófica.” De acordo com o estudo, nos últimos dez anos, o número de ateus cresceu em 10%, sendo que negros representam 24% destes.

“Quiçá a presente pesquisa, decerto exploratória e embrionária, contribua para o fortalecimento do debate sobre o papel do Estado na promoção da liberdade de convicção e de crença, uma dimensão da cidadania que está a merecer a devida atenção por parte dos agentes públicos e do conjunto da sociedade brasileira”, afirma a nota introdutória do estudo, que além de mapear, reúne soluções para a criação de políticas públicas no sentido da promoção da igualdade racial e liberdade de crença.

“A aplicação de regras proibitivas da intolerância deve ser combinada com a adoção de ações positivas nesta seara, estabelecendo não apenas um novo conteúdo semântico, mas especialmente uma nova concepção do papel do Estado, exigindo-lhe a adoção de políticas e programas capazes de traduzir a liberdade de crença em um direito substantivo e palpável no cotidiano dos brasileiros”, conclui o estudo.