São Paulo

Prefeitura lamenta morte de participante de projeto voltado para público LGBT

La Monique, assassinada ontem, participava de atividades do Programa Transcidadania e chegou a retomar estudos depois de 15 anos longe da sala de aula

Youtube/Reprodução

O secretário-adjunto Rogério Sottili durante conversa com travestis em sala de aula do Cieja Cambuci

São Paulo – A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo divulgou no início da tarde de hoje (15) uma nota se declarando de luto pela morte de uma das participantes do Programa Transcidadania, projeto de reinserção social lançado há três meses pela prefeitura. A travesti La Monique de Roma, de 43 anos, foi baleada e morta na madrugada de ontem, na região do Jockey Club, no Butantã, zona oeste da cidade. Segundo a prefeitura, foi um caso de latrocínio.

“La Monique é mais uma vítima de um contexto de alta vulnerabilidade. Assim como ela, várias(os) travestis e transexuais vivem da prostituição, uma das poucas alternativas que encontram para sua subsistência, já que o preconceito por suas identidades de gênero impacta seu cotidiano nas mais diversas dimensões, e, em especial, nas oportunidades de trabalho que lhes são ofertadas”, afirma a secretaria. “Ressaltamos a dedicação e empenho de La Monique às atividades do Programa Transcidadania, momento no qual retomou seus estudos após 15 anos longe da sala de aula. A luta pelo resgate de sua dignidade como cidadã travesti será sempre parte constituinte de sua trajetória.”

Desenvolvido a partir de parceria entre as secretarias de Direitos Humanos e do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, o Transcidadania dá direito a uma bolsa para quem cumprir uma jornada semanal de 30 horas que inclua formação escolar e profissional. Na primeira etapa, o objetivo é atender 100 travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social.

O secretário-adjunto de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, em texto publicado na rede social Facebook, também lamentou o episódio. “Da convivência com algumas beneficiárias, quando conheci a travesti La Monique de Roma, em conversa, disseram-me haver diminuído em muito a atividade de prostituição com o auxílio financeiro que o programa dá, que permitia que se dediquem mais aos estudos e formação. Meu profundo pesar por sua morte, com a certeza de que a valorização da cidadania LGBT que estamos promovendo na cidade não deixa que a morte de La Monique de Roma seja em vão. Trabalhamos sem descanso até que não tenhamos mais travestis e transexuais vítimas de um contexto de alta vulnerabilidade e preconceito social por sua identidade de gênero.”

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