Pesquisa

No Brasil, 80% temem ser vítimas de tortura caso sejam presos, diz Anistia Internacional

Levantamento em 21 países coloca o Brasil no topo da lista do medo de tortura no sistema prisional. Também para 80% dos brasileiros, prática é inaceitável sob quaisquer condições

wilson dias/arquivo abr

Pesquisa aponta ainda que 83% dos brasileiros acreditam que regras claras contra a censura são essenciais

São Paulo – A Anistia Internacional, ONG de defesa dos direitos humanos baseada na Inglaterra e com atuação em todo o mundo, divulgou hoje (15) uma pesquisa sobre a percepção em relação à tortura em 21 países, como parte de uma nova campanha contra essa prática. De acordo com o levantamento, realizado com 20 mil pessoas entre março e abril deste ano, a população brasileira é a mais temerosa do risco de sofrer tortura no sistema prisional: 80% acreditam que poderiam ser vítimas caso fossem presos, contra 16% que dizem ter certeza de que não sofreriam tortura na cadeia. O Reino Unido é o país onde mais pessoas dizem ter certeza que não seriam torturadas caso fossem presas, de acordo com 83% dos entrevistados. A média de pessoas que temem tortura no sistema prisional de seus países é de 61%.

A pesquisa aponta ainda que 83% dos brasileiros acreditam que regras claras contra a censura são essenciais, já que a prática é “imoral e enfraquece os direitos humanos em todo o planeta”. Os mesmos 80% dos entrevistados no Brasil dizem que a tortura nunca é aceitável, sob nenhuma justificativa.

A íntegra do estudo pode ser acessada neste link (em inglês). A Anistia Internacional lançou ainda um abaixo-assinado que será encaminhado ao Congresso Nacional para solicitar a revisão da Lei de Anistia, de 1979, de forma a permitir o julgamento e a punição dos torturadores que atuaram no Exército durante a ditadura (1964-1985), adequação da lei brasileira aos dispositivos de crimes de guerra e contra a humanidade, e mais investimento em políticas de memória sobre os períodos autoritários da história brasileira. A petição pode ser assinada neste link.

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