São Paulo – Mais três cidades realizam no próximo sábado (8) a Marcha da Maconha: São Paulo, Manaus e Petrópolis (RJ).  Neste ano, a marcha tem como lema “a proibição mata: legalize a vida”, trazendo aulas públicas, performances artísticas e, pela primeira vez, blocos temáticos. Organizados de forma autônoma, os blocos representam diferentes setores apoiadores da mudança na política de drogas no país.

Em São Paulo, a marcha também fará intervenções para debater o Projeto de Lei 7.663/2010, aprovado pela Câmara dos Deputados em 22 de maio e que agora está no Senado. De autoria do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), o projeto chancela a internação involuntária de dependentes químicos, aumenta a pena de traficantes (de cinco para oito anos) e deixa para o juiz a definição sobre a participação ou não do dependente químico ou do traficante em uma organização criminosa.

“Consideramos o projeto um retrocesso, já que encarcera pessoas a partir da internação compulsória e apresenta um texto que não diferencia usuário de traficante”, diz Thaisa Torres, do coletivo Marcha da Maconha. Para ela, o projeto é “hipócrita” pois endurece a legislação sobre algumas drogas e é “conivente” com o álcool.

“Foi tirada a emenda que propunha que embalagens tivessem imagens informativas, como as que vêm nas embalagens de cigarro. Houve lobby da indústria do álcool. É uma hipocrisia, já que o álcool é uma das drogas com mais dependentes.”

Os manifestantes se concentram às 14h no vão do Masp, onde haverá uma aula pública sobre o tema, e seguem pela avenida Paulista, rua Augusta e rua da Consolação. O encerramento da Marcha será na Praça da República, que terá shows da cantora Andrea Dias e do grupo Soulshakers, além da discotecagem de MC’s. A programação completa deve ser divulgada até quinta-feira (6).