Descontrole

Em Brasília, manifestação ataca Itamaraty, símbolo máximo do diálogo

Grupos também tentaram invadir o Congresso Nacional; 125 pessoas ficaram feridas

Valter Campanato/ABr

Manifestantes tentam invadir e depredam Palácio do Itamaraty, ontem (21) em Brasília

São Paulo – A manifestação em Brasília ontem (20) terminou por volta das 23h30 com a ação da Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersar os manifestantes que tentaram durante toda a noite furar o bloqueio formado em frente ao Congresso. Segundo a PM, 30 mil pessoas se reuniram na área em frente ao prédio, sendo que três foram presas e 125 ficaram feridas e foram atendidas por paramédicos.

Policiais também sofreram agressões ao tentar barrar ameaças de invasão do Palácio do Planalto e do Congresso, e do Palácio do Itamaraty, que teve um pequeno foco de incêndio deflagrado pelos manifestantes, e depredações na Esplanada dos Ministérios, que teve estruturas de lona queimadas, e a Catedral de Brasília, que teve um vitral quebrado.

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, elogiou a ação da polícia, afirmando que os policiais estão preparados para enfrentar “esses eventos”. Ele negou, no entanto, o uso de balas de borracha durante o protesto.

Enquanto um grupo de pessoas tentava barrar a ação dos manifestantes que depredavam os prédios públicos entoando gritos de “sem violência”, outro agrupamento gritava, “sim, violência”, e “sem moralismo”.

A manifestação começou por volta das 17h, de forma pacífica, quando a multidão se dirigiu ao Congresso Nacional. Os manifestantes caminhavam em direção ao Museu da República e pediam por “um Brasil melhor”. Com cartazes e palavras de ordem, as pessoas protestavam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 , que limita o poder de investigação do Ministério Público, contra a corrupção e pedindo a saída do deputado Pastor Marco Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, entre outras tantas pautas.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse ontem à Rede Globo que chegou a defender pessoalmente as manifestações anteriores que ocorreram na capital federal, mas reprovou a violência empregada no protesto de ontem, e afirmou que está sendo feita uma perícia para calcular o prejuízo dos danos. “Agora, a partir do momento em que a violência é utilizada dessa forma gratuita, eu acho que uma mensagem de repúdio muito firme tem que ser transmitida.”

Com informações da Agência Brasil

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