Em São Gonçalo, no Rio, manifestação termina de forma pacífica

Onda de protestos

Fernando Frazão. Agência Brasil

Redução nos preços do ônibus e investimentos nas áreas de educação e saúde foram os principais pedidos

São Paulo – Depois da repressão da véspera na capital, terminou de forma pacífica a manifestação ocorrida na tarde e começo da noite de hoje (18) em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Cerca de 1.500 manifestantes, de acordo com avaliação da Polícia Militar (PM), participaram da passeata. Além da redução no preço das passagens de ônibus, o protesto também cobrou mais investimentos nas áreas de educação e saúde.

A manifestação percorreu as principais ruas de São Gonçalo e terminou por volta das 19h, em frente à sede da prefeitura, na Rua Feliciano Sodré, 100, no centro da cidade. Quando chegou à sede da prefeitura, parte dos manifestantes seguiu para a Avenida Presidente Kennedy, que é paralela, e por onde estava sendo desviado todo o tráfego pesado do município. Um número reduzido de participantes fechou a avenida por alguns minutos, dando início a uma confusão imediatamente controlada pela maioria dos participantes.

Depois, um grupo tentou atear fogo a uma caçamba de lixo, mas o fogo foi apagado pelos manifestantes. Os policiais militares agiram com tranquilidade e liberaram a pista da Avenida Presidente Kennedy. Depois, a passeata terminou pacificamente.

A Polícia Militar (PM) atuou com 110 homens do Batalhão de Alcântara, comandados pelo tenente-coronel Luiz Eduardo Freire. Ele ainda contou com o apoio de policiais do 4º Comando de Policiamento da Área (CPA). A Guarda Municipal usou 321 homens para dar apoio à PM e garantir o patrimônio público.

O ato em São Gonçalo foi realizado no dia seguinte à manifestação no Rio de Janeiro, que contou com a adesão de ao menos 100 mil pessoas. Alguns participantes promoveram ataques à Assembleia Legislativa e ao Teatro Municipal. A Polícia Militar reprimiu a marcha.

O presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, disse que as manifestações feitas nos últimos dias no país, mobilizando milhares de pessoas, refletem a crise representativa das instituições democráticas e apontam para a necessidade de uma reforma.

“A Ordem vai cumprir seu papel institucional, que é cobrar da autoridade pública a busca por soluções. É inegável a necessidade de uma reforma política. A crise representativa é mundial e se manifesta mais fortemente entre os jovens, mas os políticos no Brasil precisam entender que estão perdendo os canais democráticos de representação política. A população não compreende a atuação dos poderes estabelecidos, as disputas entre o Legislativo, Executivo e Judiciário”, disse.

Para Santa Cruz, há uma crise institucional e a reforma política é a única saída que fortalece a democracia. “Deve ser uma reforma política ampla, que discuta o financiamento de campanhas eleitorais e outros pontos e também que inclua os diversos setores da sociedade no debate, por meio de audiências públicas, plebiscitos”, avaliou.