Para Lobão, distância entre Belo Monte e terras indígenas basta para evitar impactos

País foi notificado por comissão de direitos humanos da OEA no mês passado. Indígenas mantêm pressão por garantias

Brasília – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou nesta sexta-feira (6) à presidenta Dilma Rousseff que a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), não vai afetar nenhuma comunidade indígena. Lobão entregou à presidenta um relatório no qual informa que a comunidade indígena mais próxima do lago que se formará com o represamento do rio fica a 31 quilômetros (km) de distância.

Um relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre 400 obras em andamento ou planejamento no país indica que 180 comunidades seriam atingidas. O estudo incluiu os impactos de Belo Monte. Apesar disso, Lobão descarta o risco. “Mostrei à presidenta um mapa que demonstra a presença de diversas reservas na região. A mais próxima está a 31 km do lago. Outras, a 200, 300 e até 500 km de distância”, disse o ministro, que defendeu a necessidade da construção da usina, que terá potência instalada de 11 mil megawatts.

“É uma energia da qual nós necessitamos porque, de outro, modo teríamos que construir mais intensamente termelétrica a óleo, a carvão e, no momento, não é o que interessa ao país. Nós temos a matriz energética mais limpa e renovável do mundo e pretendemos continuar assim”, disse o ministro.

A construção de Belo Monte vem sendo alvo de polêmica envolvendo indígenas, Ministério Público, organizações não governamentais e, até, a comunidade internacional. No mês passado, o Brasil foi notificado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que sugeriu a paralisação do processo de licenciamento da obra até que as comunidades indígenas afetadas sejam ouvidas.

Na quinta-feira (5), Lobão participou de uma reunião com índios no Palácio da Alvorada, organizada pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Ele foi criticado pelas lideranças indígenas, que não querem que Belo Monte seja construída.

Fonte: Agência Brasil

Edição: Anselmo Massad