Manaus está perto da pior cheia da história

Mais de 16 mil pessoas das áreas urbana e rural são afetadas pela enchente, a maior desde 1953

O Rio Negro está com um nível de 29,65 metros, apenas quatro centímetros abaixo da maior marca da história, registrada em 1953. A Defesa Civil municipal alerta que a cota sobe dois centímetros por dia, ou seja, a manter-se o ritmo atual, Manaus terá a pior cheia de sua história até quarta ou quinta-feira.

Ao todo, 16.600 pessoas são afetadas em 12 bairros da zona urbana e 10 comunidades da área rural. A Defesa Civil espera remover ao menos 352 famílias até a segunda quinzena de julho. Esse é um problema sério: como a época é de chuva na Região Norte, mesmo que o Rio Negro pare de subir, o nível não vai cair drasticamente até o fim do próximo mês. O rio represa os 148 igarapés de Manaus, aumentando fortemente o número de afetados pelo problema.

Para minimizar os efeitos das enchentes, a Defesa Civil afirma ter construído mais de dez mil metros de pontes que permitem às pessoas chegarem às suas residências. Outra ação é a distribuição de kits de madeira para a construção das “marombas”, dispositivo que consiste em fazer uma espécie de piso falso para a casa e que pode ser elevado de acordo com o nível da água. Esse é um dos fatores para explicar o número baixo de famílias em abrigos da prefeitura, apenas 29.

Outro aspecto é um programa de assistência social de Amazonas que visa a construção de novas moradias nas áreas de igarapés. A Defesa Civil municipal queixa-se de dificuldades em convencer as pessoas a deixarem suas casas pois elas temem perder a oportunidade de ganhar uma habitação do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). A população acredita que, se não estiver dentro da residência quando começarem as obras do Prosamim, não terá direito ao benefício.

Procurada, a assessoria do programa informou que a informação é verdadeira, mas que nas áreas afetadas foi feito apenas um cadastramento de possíveis beneficiados e que o início de fato das construções ainda depende de processo licitatório e de seleção dos assistidos. Como algumas das moradias estão hoje em pontos que violam leis ambientais, o governo estadual, através das secretarias, pede que a Defesa Civil municipal emita um atestado confirmando que as famílias removidas estavam de fato no local.

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