Sessão secreta e a corrupção tucana em São Paulo
Causou repúdio a votação secreta em Brasília que não cassou o mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), por ter sido gravada recebendo dinheiro do mensalão do DEM. Agora a […]
Publicado 03/10/2011 - 19h51
Causou repúdio a votação secreta em Brasília que não cassou o mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), por ter sido gravada recebendo dinheiro do mensalão do DEM.
Agora a Assembléia Legislativa de São Paulo faz pior com seu mensalão das emendas: resolve investigar a si própria em sessão secreta.
Nem sequer a imprensa, que é pró-Geraldo Alckmin (PSDB), governador paulista, e nem mesmo deputados de oposição, que não pertencem à comissão de “Ética”, puderam entrar.
Aos olhos do cidadão, fica parecendo o quê? Um atestado confirmando de que a corrupção existe e é das bravas, porque ninguém pode ver nem saber. Os deputados tucanos e seus aliados querem fazer tudo escondido.
E a manobra – que poderia ser chamada de maracutaia – acontece sob “a bênção” do governador, interessadíssimo em abafar o escândalo de corrupção tucana e empurrar com a barriga para cair no esquecimento.
Haja cara-de-pau e falta de vergonha na cara.
O deputado estadual Roque Barbieri (PTB-SP) aliado de Alckmin, denunciou que 25% a 30% dos deputados vendem emendas orçamentárias. Ao apresentar uma emenda, eles garantem que, no ato da liberação do recurso, uma parte da verba pública será entregue a título de agradecimento pelo prefeito agraciado.
O secretário de Meio Ambiente de Alckmin, Bruno Covas, primeiro confirmou a existência do fato, inclusive relatando uma oferta de propina de um prefeito (embora a comissão tenha sido recusada pelo então deputado, o caso foi também acobertado por ele). Depois disse ter sido mal interpretado.
Diante disso, os deputados que apóiam Alckmin são todos suspeitos. Qualquer ato realizado escondido, no escurinho de uma sessão secreta, fica com ares de acordo para abafar a denúncia de corrupção.
O mínimo que se exige é transparência, para que os esclarecimentos sejam feitos abertamente ao público.
No imaginário popular, sessão secreta para deputado tucano investigar a si mesmo pode lembrar reuniões como as que permitiram gravações de flagrantes do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM-DF), e da própria Jaqueline Roriz recebendo dinheiro entre quatro paredes.
Nome aos bois
A aprovação da sesão secreta ocorreu por seis votos a dois. Foram contra apenas:
- Luiz Cláudio Marcolino (PT)
- Marco Aurélio de Souza (PT)
Os membros da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa são:
Membros Efetivos | Partido | Membros Substitutos |
---|---|---|
Cauê Macris | PSDB | Analice Fernandes |
Hélio Nishimoto | PSDB | Maria Lúcia Amary |
Luiz Cláudio Marcolino | PT | Enio Tatto |
Marco Aurélio de Souza | PT | João Paulo Rillo |
André Soares | DEM | Estevam Galvão |
Dilmo dos Santos | PV | Afonso Lobato |
Campos Machado | PTB | Edson Ferrarini |
José Bittencourt | PDT | Rogério Nogueira |
Alex Manente | PPS | Vitor Sapienza |