Saci recorre a seus amigos para encarar o Halloween

“O Saci não é inimigo das bruxas”, analisa Mouzar Benedito. “O que ele não gosta é de Halloween” (Foto: Reprodução) O jornalista, escritor e saciólogo Mouzar Benedito lança, nesta quinta-feira, […]

“O Saci não é inimigo das bruxas”, analisa Mouzar Benedito. “O que ele não gosta é de Halloween” (Foto: Reprodução)

O jornalista, escritor e saciólogo Mouzar Benedito lança, nesta quinta-feira, em São Paulo (SP), o Anuário do Saci e seus amigos. Uma espécie de agenda sem ano definido que traz informações históricas e efemérides sobre cada dia do ano comentaddas por um mito popular, seja indígena, seja criado no brasileiro, seja apropriado junto da imigração europeia.

Com ilustrações de Ohí, a obra é uma continuidade de um anuário publicado em 2006 que se dedicava apenas ao Saci. “Incluímos mais mitos com a intenção de ampliar mesmo”, explica Mouzar. “Como não temos estrutura para ter um anuário para cada mito, fizemos um resumo para um anuário só”, avisa.

Cada mês do ano traz uma figura ou um conjunto delas. Saci reina sobre outubro, cujo último dia, aliás, lhe é dedicado, em uma contraposição ao Halloween – apropriado do calendário de festas dos Estados Unidos. Janeiro, vem com Jurupari, deus civilizador dos tupis, erroneamente qualificado pelos jesuítas como o diabo. Fevereiro é do CUrupira, protetor das matas e dos animais. Os mitos ligados à água como a Iara (espécie de sereia de rios), Minhocão, Nego d’água etc, ganham abril.

“O Saci não é inimigo das bruxas”, analisa Mouzar. “O que ele não gosta é de Halloween.” Uma mostra disso é que o Anuário dedica agosto, mês do folclore, para as figuras apropriadas do ideário europeu, como Mula sem Cabeça, Cuca e as bruxas. Muito populares em Santa Catarina e outras regiões, elas vieram com imigrantes.

Anuário do Saci e seus amigos – Mitologia Brasílica

Texto de Mouzar Benedito, ilustrações de Ohí
Publiser Brasil
160 páginas