Sacha Baron Cohen volta mais afiado e maduro em ‘O Ditador’

Sacha Baron Cohen é Aladeen, em nova sátira social e política do ator que estreia em circuito nacional (©divulgação) O ator e roteirista britânico Sacha Baron Cohen é uma figura […]

Sacha Baron Cohen é Aladeen, em nova sátira social e política do ator que estreia em circuito nacional (©divulgação)

O ator e roteirista britânico Sacha Baron Cohen é uma figura controversa. Há quem o ache tão ou mais chato do que o italiano Roberto Benigni. Outros ficam injuriados com o fato de ele adorar escatologias e ter utilizado o nome do país Cazaquistão em “Borat”, de 2006. O fato é que ele foi amadurecendo e parece estar bem mais consistente e seguro em “O Ditador”, que chegará aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (24).

Com direção de Larry Charles (o mesmo diretor de “Borat” e “Brüno”), “O Ditador” é marcado pelas já conhecidas escatologias e brincadeiras com a cultura consumista norte-americana, mas se destaca pela grande mistura de linguagens audiovisuais e pela brincadeira com os clichês dos filmes norte-americanos, indo dos tradicionais filmes de tribunal às amadas comédias românticas.

No filme, Sacha Baron Cohen é o ditador Aladeen, que comanda um país fictício no norte da África chamado Wadiya, que é rico em função do petróleo. Com mudanças drásticas de humor, ele manda matar as pessoas que discordam de qualquer uma de suas decisões, e, para se proteger, se vale de vários sósias. Mais adiante, ele descobrirá que, na verdade, nunca ninguém morreu e estão todos refugiados num bar nos Estados Unidos, numa das cenas mais engraçadas. Outra cena digna de nota é uma em que ele e seu engenheiro aparecem dentro de um helicóptero sobrevoando Nova York, junto com um rosado casal de obesos norte-americanos.

A história começa com o ditador sendo convocado para uma reunião da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), nos Estados Unidos, quando seu conselheiro Tio Tamir (o consagrado Ben Kingsley) tenta matá-lo a fim de colocar um sósia em seu lugar e, assim, acabar com a ditadura do país. Porém, Aladeen consegue escapar, mas, ao perder sua barba característica, não consegue se identificar e é confundido com manifestantes contra ele, que fazem piquete na porta da Casa Branca. É ali que conhece a militante Zoey, dona de uma loja de produtos naturais em Manhattan, por quem irá se apaixonar e que o ensinará a valorizar outros aspectos da vida.

“O Ditador” mostra ser uma comédia eficiente e um passo adiante na carreira de Sacha Baron Cohen. Se, em muitos momentos, ele parece ter perdido o tom exagerado e surpreendente de atitudes em filmes anteriores – como o sequestro de Pamela Anderson em “Borat” –, agora parece mais afiado e com a mira mais acertada em alvos específicos, valorizando o tom narrativo, com constantes reviravoltas.

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