Russomanno e Serra fogem de debate e escancaram fraquezas

Oficialmente foi a TV Record quem cancelou o debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo, que seria realizado na próxima segunda-feira, dia 1º. Extra oficialmente, porém, é notório […]

Oficialmente foi a TV Record quem cancelou o debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo, que seria realizado na próxima segunda-feira, dia 1º.

Extra oficialmente, porém, é notório que foi a coordenação de campanha de Celso Russomanno (PRB) quem decidiu “melar” o debate, pois a direção da emissora apoia o candidato, que é seu apresentador licenciado. Além disso há diretores e ex-diretores daquela TV que são dirigentes do seu partido.

O cancelamento atende aos interesses de Russomanno, que quer esfriar a campanha eleitoral de modo a não se expor a riscos, no momento em que lidera as pesquisas de intenção de voto, e também não dar palanque aos adversários, sobretudo ao petista Fernando Haddad, cujo crescimento nos últimos levantamentos editoriais o colocam como provável adversário no segundo turno.

Em nota oficial, a Record apresentou como justificativa a falta de dois candidatos: o próprio Russomanno (PRB), que alegou ter programado o nascimento de sua filha na data do debate, e José Serra (PSDB), que não respondeu aos convites, e já havia faltado em duas outras sabatinas ea emissora ligada à igreja evangélica.

Porém a justificativa não justifica: a emissora nem sequer dialogou com os candidatos propondo mudança de data, pois teria opção de deslocar para o dia 2 ou 3, antes do debate marcado na Rede Globo, no dia 4. Além disso, a emissora seguramente deixaria até duas cadeiras vazias, caso a situação fosse oposta, e beneficiasse Russomanno.

Com isso, o candidato do PRB demonstrou insegurança e temor de expor as fragilidades de sua candidatura, quando confrontado em debates, mesmo em um ambiente amigo e controlado como é a TV Record. E a emissora repete tristes episódios da história da Rede Globo, onde donos de canais de TV usam da concessão pública para interferirem em campanhas eleitorais, na busca de poder político,

Quanto a José Serra, aproveitou o cancelamento para dizer que iria ao debate, apesar de visivelmente comportar-se o tempo todo como quem de fato faltaria.  O tucano tem desavenças profundas com a Record, a única rede de TV que deu o devido destaque ao lançamento do livro-reportagem “A Privataria Tucana” , que se tornou um fenômeno de vendas.

O livro virou notícia obrigatória quando o deputado Protógenes (PCdoB-SP) reuniu assinaturas e protocolou o pedido de CPI para investigar as movimentações financeiras em paraísos fiscais pela filha, genro, primo e ex-caixa de campanha de Serra, documentadas e descritas no livro como associadas às privatizações de empresas estatais nos governos tucanos. O próprio autor do livro, Amaury Ribeiro Júnior, é jornalista contratado da emissora, e o candidato tucano teme perguntas focadas neste tema.