Jogar é humano

Jorge Souto Maior: ‘Jogadores têm apenas de jogar bola’

O Brasil volta a campo com outros adversários a superar, além da Colômbia. Os jogadores têm de se livrar do peso posto sobre seus ombros de ‘super-heróis’. E, como seres humanos, fazerem o que sabem

Rafael Ribeiro/CBF

Hulk carrega David Luiz durante treino de ontem (3), em que jogadores demonstraram mais tranquilidade

Em reportagem de Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual, o juiz do Trabalho Jorge Luiz Souto Maior afirma que os jogadores da seleção brasileira passam por situação semelhante à vivida por trabalhadores de vários ramos de atividade: a culpabilidade por não atingir metas. E, como no mundo laboral, metas que muitas vezes afetam os limites humanos. Segundo o especialista, não se trata de falta de condicionamento psicológico, como se tem colocado por aí.

A pressão externa pelo resultado é tamanha, como nas relações de trabalho, que o próprio jogador se sente responsável por sua elevação à condição de super-homem. “Eles mesmos colocam sobre os próprios ombros toda a carga de responsabilidade. E isso não lhes pertence. Essa fantasia se esvai quando o limite humano é transposto. Eles são jovens”, diz Souto Maior.

O especialista observa ainda que a Copa do Mundo é um ambiente que mistura esporte e realidade social do país. “O país está em mutação e as suas lutas sociais não dependem do resultado. A sociedade está em movimento e vai continuar assim.”

“Eles precisam se livrar dessa carga e apenas jogar bola”, diz Souto Maior.

Ouça a reportagem.