O ‘antimoderno’ CD de Marcio Tucunduva

(Foto: Divulgação) O cantor, guitarrista, violonista, arranjador, compositor, produtor e mixador Marcio Tucunduva lança, nesta quinta-feira (10), às 20h30, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo sua segunda produção independente, […]

(Foto: Divulgação)

O cantor, guitarrista, violonista, arranjador, compositor, produtor e mixador Marcio Tucunduva lança, nesta quinta-feira (10), às 20h30, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo sua segunda produção independente, o CD “Antimoderno”. Autor de músicas gravadas por A Cor do Som, o artista mostra seu talento em letras contundentes e com uma base instrumental, que mistura blues, rock e ritmos brasileiros, recuperando o que houve de melhor na música nacional principalmente das décadas de 1970 e 1990.

A faixa que abre o CD e dá título a ele é um rock misturado com ritmos nordestinos, que escancara a influência de Raul Seixas, em letra que o cantor reflete em voz rascante e poderosa: “Eu sigo andando / Dando pouca bobeira / Sem levantar poeira / Sem levantar bandeira / Sem esperar a banda passar / Eu ouço vozes / Mas já ouvi coisas piores”. Esse rock repentista é a tônica de outras duas faixas, “A Amizade é a Mesma” e “Soladeira”. A força poética comparece ainda em “No Meio do Caminho”: “No meio do caminho / Há uma aposta / Que mais parece um lixo industrial / Vendida como se a melhor proposta / Fosse cada um ter uma no quintal”. A influência de Raul Seixas volta na balada “Entre a Cana e o Tédio”, que tem ares de Los Hermanos.

Em “Que Sabe a Cabra?”, Marcio Tucunduva estabelece um diálogo com “Cotidiano”, de Chico Buarque, mas a referência parece estar mesmo na Nação Zumbi e no movimento manguebeat. “Parafuso Horário” tem a mesma pegada das melhores músicas dos Raimundos na década de 1990, ou seja, uma potente mistura de forró e rock.

“Salada Mista” tem toques de rock progressivo, mas com cara bem brasileira setentista, estilo que segue na psicodélica “Olha Quanta Coisa”. Para realizar esse trabalho, Marcio Tucunduva se cercou de profissionais de qualidade. A começar pelo blueseiro Marcos Ottaviano, um dos fundadores da Companhia Paulista de Blues e que tocou com feras como B.B. King, John Pizzarelli, Celso Blues Boy e o guitarrista dos Rolling Stones, Ron Wood. Aqui ele é co-produtor e guitarrista.

A banda conta também com Andrei Ivanovic, no baixo, e Mario Fabre, o novo baterista dos Titãs. O lendário engenheiro de som e produtor norte-americano Roy Cicala, que trabalhou com John Lennon e Patty Smith, entre outros, ficou responsável pela captação da voz de Marcio, que surge cristalina.

Ouvir Marcio Tucunduva ao vivo provoca a sensação de que ainda é possível ser criativo no rock e no blues brasileiro, sem precisar esconder as referências. Muito ao contrário, é importante escancará-las para dar um passo adiante. Escutar o CD “Antimoderno” mostra ainda que não é preciso estar atrelado a uma grande gravadora, nem nos maiores estúdios do mundo, para se realizar um trabalho de  qualidade musical, impecavelmente produzido, em qualquer lugar do planeta.

Serviço:
Quinta-feira (10/2), as 20h30.
Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141. Vila Mariana
Telefone: (11) 5080-3000
Ingresso: R$12,00