Movimento lança campanha nacional contra ‘crimes da Copa’

Manifestação em frente ao estádio Mané Garrincha, em Brasília (foto Marcello Casal Jr./ABr) Manifestações marcaram as obras de diversos estádios brasileiros nesta quarta-feira (4), quando a frente nacional de movimento […]

Manifestação em frente ao estádio Mané Garrincha, em Brasília (foto Marcello Casal Jr./ABr)

Manifestações marcaram as obras de diversos estádios brasileiros nesta quarta-feira (4), quando a frente nacional de movimento populares Resistência Urbana lançou uma campanha nacional Contra os Crimes da Copa. O blog recebeu notícias de manifestações nas obras de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília. O site do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) divulgou ações também em Belo Horizonte, Manaus, Cuiabá e Fortaleza (cidades que vão sediar eventos da Copa), além de São Luiz e Belém que, segundo a nota, “embora não sejam cidades-sede já sofrem com os efeitos dos preparativos para o megaevento”.

O objetivo da campanha é “denunciar como as ações empreendidas para a preparação da Copa prejudicam a grande maioria da população brasileira e propor a realização de um plebiscito popular sobre os temas da Copa para que todos possam opinar acerca das decisões”, diz o texto. Os manifestantes declaram-se contra os despejos e remoções relacionados às obras dos megaeventos; contra o uso de dinheiro público para os megaevento e por investimento em políticas públicas; e contra a ingerência da FIFA e a negociação da soberania.

Em São Paulo, cerca de 300 pessoas do Movimento Popular Resistência Urbana ocuparam a Arena Corinthians, que receberá os jogos na Copa do Mundo de 2014, em Itaquera, na zona leste da cidade. Segundo nota da Odebrecht, construtora responsável pelas obras, a manifestação foi pacífica e não atrapalhou as obras.

No Rio de Janeiro, os manifestantes realizaram uma panfletagem em frente às obras de reforma do estádio do Maracanã. Em Brasília, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram manifestação em frente a portaria do canteiro de obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Em Curitiba, a manifestação prevista para a Arena da Baixada, estádio do Atlético Paranaense, foi transferida para o Centro Cívico. Os manifestantes se reuniram em frente à sede do governo, o Palácio Iguaçu.

Em declaração à Agência Brasil, o integrante da organização nacional da campanha Robson Oliveira lembrou que o Comitê Popular da Copa, que reune movimentos sociais nas cidades-sedes, preparou um relatório denunciando que cerca de 900 mil famílias serão despejadas por causa das obras de mobilidade urbana e de construção de estádios.

A Copa do mundo certamente pode trazer importantes avanços para as cidades-sede. Mas as obras precisam ser feitas respeitando os direitos das populações locais. O melhor remédio para garantir que sejam encontradas as soluções mais adequadas em cada situação é um só: diálogo social. O que, segundo as denúncias dos movimentos, não tem sido a tônica da preparação do evento até aqui.