Kátia Abreu, versão ‘paz e amor’
É possível acreditar na mudança repentina de opinião na política? E se quem diz ter mudado for uma liderança da agroindústria?
Publicado 24/08/2011 - 11h30
Um político pode mudar radicalmente de opinião de um dia para o outro? A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que até ontem criminalizava as lutas sociais para o avanço da Reforma Agrária, jura que mudou.
Em 2010, a presidente da CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, que representa os interesses do agronegócio -, chegou a protocolar no Ministério da Justiça, um pedido à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal para que reprimissem as ações do MST, numa tentativa de intervenção que ela chamou de Plano Nacional de Combate às Invasões. Kátia Abreu chegou a classificar o MST como organizador de “ações terroristas” e defendeu a criminalização do movimento.
Agora, assim do nada, a senadora se declara a “Kátia paz e amor”
Na terça-feira (23), após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, ela disse que considera justas as lutas e as reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, que estão mobilizados nesta semana em 20 Estados e no Distrito Federal, pedindo solução para o endividamento de assentamentos, a aceleração da reforma agrária – mais de 60 mil famílias vivem hoje acampadas em diversos pontos do país.
Se a senadora acha justa a luta do MST, por que ela não apresenta uma proposta para resolver os problemas das milhões de famílias pobres no campo e das sem terra para trabalhar?
* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lulae do Os Amigos do Brasil. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.